A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS
Os anjos situam-se em classes e categorias (Ef 1.21; Cl 1.16)
Classificação geral dos anjos:
Anjos: São seres espirituais criados, dotados de apurado juízo moral e alta inteligência (Sl 103.20; Hb 2.20).
Arcanjo: A palavra “arcanjo” (gr. Archangelos) significa “anjo principal”. Miguel é chamado de arcanjo em Judas 9 e de grande príncipe em Daniel 12.1. Miguel é o único designado “arcanjo” e possa ser possivelmente o único desta patente. A missão do arcanjo é a de proteção de Israel. (Ele é chamado “Miguel o seu príncipe” em Daniel 10.21). Havia primeiros príncipes (Dn 10.13), dos quais Miguel era um, como o mais alto escalão dos anjos de Deus.
Miguel (Dn 10.13; 21.1; Jd 9). O nome Miguel significa “quem é como Deus?”
Miguel também disputou com Satanás a respeito do corpo de Moisés, mas Miguel refreou-se em julgar, deixando que Deus o fizesse (Judas 9).
O líder das hostes angélicas no conflito com Satanás e os seus anjos maus (Ap 12.7)
As Testemunhas de Jeová e os adventistas identificam Miguel com Cristo; esta posição, contudo, poderia sugerir que Cristo teria menos autoridade do que Satanás, o que é insustentável.
Querubim:
Querubim origina-se do hebraico kerub, cujo significado é “guardar”, “cobrir”, é vocábulo correlato com um verbo acadiano que significa “bendizer”, “louvar”, “adorar”.
São da classe ou ordem mais alta, criados com beleza e poderes indescritíveis... Seu propósito e atividade principais podem ser resumidos deste modo: eles são proclamadores da presença gloriosa de Deus, Sua soberania e Sua santidade.
Eles guardam o portão do jardim do Éden, prevenindo a entrada do homem pecador (Gn 3.24).
Foram as figuras de ouro cobrindo o propiciatório acima da arca no Santo dos Santos (Êx 25.17-22).
Deus está entronizado acima dos querubins, e viaja com eles (Sl 18.10; Ez 10.1-22).
Atendiam a glória de Deus na visão de Ezequiel (Ez 1).
A aparência dos querubins – Quatro faces:
Leão. Aponta para Jesus, como o Rei Messiânico, como ensinado no Evangelho de Mateus.
Boi. Aponta para Jesus, como o Servo Sofredor, como ensinado no Evangelho de Marcos.
Homem. Aponta para Jesus, como o Filho do Homem, como ensinado no Evangelho de Lucas.
Águia. Aponta para Jesus, como o Filho de Deus, como ensinado no Evangelho de João.
Serafins:
Significando: “Aqueles que queimam”, o vocábulo “serafim” origina-se da raiz hebraica sarap, que quer dizer: “ardente”, devido o fogo; o fogo do Senhor. Acredita-se que constituem a ordem mais elevada de anjos e que a característica que os distingue é um flamejante amor a Deus.
São retratados como que circundando ao redor do trono de Deus em Isaías 6.2.
Eles são descritos como tendo seis asas.
Em sua proclamação tripla – “Santo, Santo, Santo” (Is 6.3) eles “reconhecem a Deus como extrema e perfeitamente santo”.
Os Serafins também expressam a santidade de Deus em que eles proclamam que o homem deve ser purificado de sua contaminação moral do pecado, antes que ele possa se apresentar diante de Deus e servi-lo.
Gabriel (Dn 9.21; Lc 1.26):
Seu nome significa “homem de Deus” ou “Deus forte”.
Gabriel parece ser o mensageiro especial de Deus e do programa de Seu Reino nas quatro ocasiões que ele aparece no registro bíblico... Ele revela e interpreta o programa e propósito de Deus concernente ao Messias e Seu Reino para os profetas e o povo de Israel.
Em Daniel 8.1-16 Gabriel explicou para Daniel os reinos sucessivos da Média-Pérsia e Grécia bem como a culminante morte de Alexandre o Grande.
Em uma passagem muito significativa, Gabriel explicou os eventos das setentas semanas para Israel (Dn 9.21-27).
Gabriel também anunciou o nascimento de João Batista, a Zacarias (Lc 1.11-20)
Em Lucas 1.26-27, Gabriel disse a Maria que Aquele que nasceria dela seria grande reinaria sobre o trono de Davi.
Anjos das nações. Entende-se que cada nação tem seu anjo protetor, o qual se empenha pelo bem-estar dela (Dn 10.13,20).
Anjos eleitos: Todos os anjos foram criados igualmente bons e santos. No princípio, todos os anjos estavam em estado de liberdade portanto, de provação. Muitos deles pecaram e, por essa razão, “Deus não poupou os anjos que pecaram” (2 Pe 2.4). Os demais não pecaram, mas guardaram o seu estado original em que foram criados. Por isso eles “agora estão confirmados em sua santidade, são incapazes de pecar; são anjos eleitos (Mt 25.31; 1 Tm 5.21).
O Anjo do Senhor:
Este anjo que algumas vezes aparece como “o Anjo de Deus” ou como “o meu anjo”, é representado como um ser celestial enviado por Deus para tratar com os homens como seu agente especial e porta-voz.
Alguns fatos peculiares deste anjo:
Ele fala como o próprio Deus, na primeira pessoa do singular (Gn 16.7; 21.17)
Trata-se da presença pessoal de Jeová.
A ele é atribuído o poder de perdoar ou reter pecados (Êx 23.20-23).
O nome do Senhor está nele (Êx 23.2-23).
Ele é o rosto do Senhor, isto é, o rosto do Senhor pode ser visto nEle (Êx 32.34; 33.14).
Tem o poder de salvar (Is 63.9)
Exemplo de sua aparição:
A Hagar (Gn 16.7-14; 21.17).
A Abraão (Gn 22.11-14).
A Jacó (Gn31.11-13).
A Moisés (Êx 3.2-6).
A Todos os israelitas durante o Êxodo (Êx14.19)
Em Boquim (Jz 2.1,4)
A Balaão (Nm 22.22-36)
A Josué (Js 5.13-15)
A Gideão (Jz 6.11).
A esposa de Manoá (Jz 13.2-22)
A Davi (1 Cr 21.16)
A Elias (2 Rs 1.3,4)
A Daniel (Dn 6.22).
Quem seria este anjo? Tudo indica que “o Anjo do Senhor” é a expressão usada no Antigo Testamento para designar o próprio Cristo em várias de suas manifestações (Cristofania) antes da sua encarnação.
Outras evidências de que este anjo é o Senhor Jesus:
Foi ele que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó que daria aos seus descendentes a terra de Canaã (Gn 13.14-17; 17.8; 26.2-4; 28.13).
Ele jurou que esse concerto seria eterno (Gn 17.7).
Ele tirou os israelitas do Egito (Êx 20.1,2).
Ele os levou a Terra prometida (Js 1.1,2).
Ele se identifica como o “Eu Sou” (Êx 3.2,6; Gn 16.7)
Anjos da guarda (?)
A Bíblia Sagrada declara que Deus envia anjos para nos proteger (Sl 34.7; Mt 18.10; Sl 91.11,12; Hb 1.14)
Os que entendem que temos “anjo da guarda”.
O Dr. Billy Graham observando o plural no texto do Sl 91.4, concluiu que cada crente deve ter no mínimo dois anjos designados para protegê-lo. Considerando que o texto fala de asas e de penas, e Deus não tem asas nem penas, o texto deve estar se referindo a anjos.
Alguns teólogos deduzem que as crianças possuem anjos da guarda (Mt 18.10)
Alguns afirmam que o pensamento dos discípulos em Atos 12.15, de era o anjo de Pedro quem batia à porta, é uma evidência de anjos pessoais da guarda.
Os que entendem que não temos um anjo específico da guarda:
A referência a asas e penas, neste texto é uma linguagem figurada – o salmo tem um estrutura poética – nem Deus tem asas, nem anjos precisam de asas. Embora alguns anjos possuam asas (Dn 9.21; Êx 25.1,20; 37.9; 1 Rs 6.24,27; 8.6,7; Is 6.2,6).
Mateus 18.10 indica que os anjos velam pelo bem-estar das crianças, mas o referido texto não assegura que cada criança, ou cada crente, possua o seu anjo particular da guarda.
O fato de a criada ter dito que se tratava de um fantasma prova a superstição popular de então acerca dessa questão: “A linguagem registrada não é a de uma pessoa inspirada, mas de uma serva destituída de instrução, e não pode ser tomada como de autoridade didática e bíblica, apenas prova que os judeus daqueles tempos criam em aparições espirituais” – Charles Hodge
Anjos com designações específicas:
Os anjos das sete igrejas: Considerando que há repreensões e censuras nas referidas cartas, estas não devem ter sido remetidas a anjos. Stanley Horton comentou: “... desde que os pastores são os ensinadores do rebanho. Eles é quem eram os responsáveis pela leitura do livro em voz alta à igreja (Ap 1.3). Os anjos, aqui são os pastores das sete igrejas da Ásia.
Anjos de juízo (Gn 19.13; 2 Sm 24.16; 2 Rs 19.35; Sl 78.49; Ez 9.5,7)
Anjo destruidor (1 Cr 21.15)
Anjo vigilante (Dn 4.12,23)
Anjo do concerto (Ml 3.1)
Anjo da cura (?) (Jo 5.1-4)
Anjo das águas (Ap 16.5)
Anjos do vento (Ap 7.1)
Os sete anjos (Ap 8.2)
Anjo do abismo (Ap 9.11)
Outras classificações dos anjos:
Principados: Aqueles que estão no primeiro ou mais alto escalão.
Potestades: São aqueles que investidos de autoridade.
Dominadores deste mundo tenebroso: Expressa o poder ou autoridade que eles exercem sobre o mundo.
Forças espirituais do mal: descreve os espíritos malignos, expressando o seu caráter e natureza. Daniel 10.13 se refere ao “príncipe do reino da Pérsia” opondo-se a Miguel. Este não era o rei da Pérsia e sim, um anjo caído sob o controle de Satanás; ele era um demônio “de alta patente, designado pelo chefe dos demônios, Satanás, para a Pérsia como sua área de atividade principal” (Ap 12.7).