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MALAQUIAS

MALAQUIAS: O ÚLTIMO PROFETA

Que aproveita ao homem, o servir a Deus?

A Última Mensagem do Antigo Testamento a Uma Nação Desobediente

Deus tinha estabelecido a sua casa entre os judeus, mas o culto era informal e insincero.

INTRODUÇÃO
Esta é a última profecia do Antigo Testamento e podíamos ter desejado que tivesse apresentado um estado de coisas mais feliz.
1. Autor:
(1) Nome. Malaquias significa “Mensageiro”. Não se sabe coisa alguma acerca de Malaquias, senão o que se encontra no seu livro.
2. Data: A época exata de Malaquias não é conhecida. Sua época é fixada aproximadamente em 450-400 a.C. Escreveu cerca de 450 A.C. Profetizava um século depois dos profetas Ageu e Zacarias, no tempo de Esdras e Neemias. (esteve associado a Esdras e Neemias nas reformas que empreenderam) Outra leva de refugiados chegara, e figuras notáveis como Esdras e Neemias estavam também em cena. Não se ouvia a voz da profecia mais até o precursor do Messias, conforme a profecia de Malaquias abrir o segundo tomo de revelação.
3. O Estilo de Malaquias: É incomum. Tem sido chamado “didático-dialético”, isto é uma asseveração seguida por uma possível objeção, e então uma refutação disso.
4. Destinatários: Este livro, como as profecias de Ageu e Zacarias, é dirigido à comunidade de Israel, mas surgiu consideravelmente depois.
5. A Chave: A mensagem final a uma nação desobediente, a um remanescente fiel, e do Messias que julgaria e purificaria a nação. Malaquias diz que o povo não aprendeu a lição do exílio. Eles foram para o cativeiro por causa dos seus pecados e voltaram dispostos a seguir novamente os seus próprios caminhos. Os judeus, curados, pelo cativeiro, de sua idolatria, mas inclinados a negligenciar a casa de Deus.O Juízo cairá novamente como antes, se a nação continuar rejeitando a Deus. Uma mensagem de esperança é proclamada para o futuro.
6. O Libelo de Malaquias: O libelo que Malaquias traz contra o povo é quádruplo:
(1) Libelo Religioso. O povo estava desviado, devido à degeneração dos sacerdotes. Oséias tinha dito: “O sacerdote será como o povo” (Os 4.9), mas aqui é o contrário, para a completa confusão da tribo de Levi.
(2) Libelo Moral. Abundavam a feitiçaria, o adultério, a perjúria, a opressão e fraude (3.5) e contra tais coisas Jeová se opunha. Mas o povo tinha dito: “Todo o que faz male bom aos olhos de Jeová, e nestes tais ele se deleita; ou onde está o Deus do juízo?” O profeta então lhes diz claramente quer o deus do juízo vira e lançá-los-á no cadinho de purificação.
(3) Libelo Social. Uma das causas de pecado e corrupção na história de Israel tinha sido seu comprometimento com os estrangeiros em redor. Eles tinham sido separados das nações como uma testemunha do verdadeiro Deus no meio da idolatria prevalecente, e para conservar a sua pureza era preciso casarem-se somente com suas patrícias, pois a introdução de mulheres estranhas resultaria em cultos estranhos.
(4) Libelo Material. As ofertas para a manutenção dos sacerdotes tinham cessado: os dízimos não eram levados ao tesouro de Jeová, e a pobreza resultou disso. Por conseqüência, visto que desonraram a Deus nas coisas materiais, sofreram materialmente. Contudo havia um restante fiel, como sempre e esses tinham comunhão uns com os outros (3.16) e deus lhes deu ricas promessas.
7. Classificação: O último dos doze profetas menores. Malaquias encerrou a profecia do Antigo Testamento, enquanto Neemias encerrou a história.
8. Contexto Histórico: Nem tudo ia bem na nação de Israel:
(1) Práticas pagãs e outras bastante questionáveis eram comuns na terra.
(2) Havia indiferença religiosa, cobiça corrupção nos círculos governamentais
(3) Casamentos com mulheres estrangeiras (o que significava nova introdução de deuses estranhos entre os israelitas).
(4) O sacerdócio constituía-se especialmente um problema. Malaquias escolhe o clero (os sacerdotes) para julgamento. Eles mais do que todos sabiam o que Deus exigia.
(5) Os Assuntos religiosos se haviam tornado simples rotina, perdendo qualquer significado real tanto para os sacerdotes quanto para o povo. Os sacrifícios que apresentavam eram desprezíveis, não havia sinceridade no serviço deles, seus deveres eram cumpridos com negligência, e não eram realmente dedicados a Deus. Se os líderes religiosos se desviaram, por que o povo seria diferente? A falta de interesse nesse aspecto chamou-se “roubar a Deus”
9. Síntese: O livro consiste de duas partes. A primeira trata dos pecados de Israel, e a segunda, das bênçãos e juízos prometidos. Ele é formado por uma série de perguntas e respostas, como uma cena de tribunal, onde Israel faz perguntas retóricas (e no geral de autojustificação). As perguntas são as seguintes:
(1) Em que nos amastes? (1.2)
(2) Em que desprezamos o teu nome? (1.6)
(3) Por q ue seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?
(4) Em que o [Deus] enfadamos?
Um mensageiro preparará o caminho do Senhor. O Novo Testamento entende que este mensageiro é João Batista.

COMENTÁRIO

I. Irreverência nos Cultos. (Ml 1)
1. A Compaixão de Deus.(1-5)
(1) Sua Compaixão Declarada (1.1,2a) Os versículos 2 e 3citam-se em Rm9.10-13, em referência à escolha que Deus fez de Jacó ao invés de Esaú (Gn 25.22-34). Sua Compaixão Duvidada (1.2b)
(2) Sua Compaixão Demonstrada (1.3-5) Malaquias emprega a linguagem com referência às duas nações que surgiram de Jacó e Esaú, os israelitas e os edomitas. Ambas foram destruídas pelos babilônios.Israel fora restaurado, mas Edom ainda era uma desolação. Prova do amor de deus por Israel.

2. A Desonestidade dos judeus (1.6-14)
(1) Os sacrifícios eram de qualidade inferior.

II. Infidelidade dos Sacerdotes (Ml 2.1-9)
1. Infidelidade (2.1-9)
(1) A Vocação Sacerdotal:Os sacerdotes, designados por Deus para ensinar e guiar o povo na retidão (5-7),
(2) A Corrupção Sacerdotal: Os sacerdotes tinham-se tornado relaxados e degenerados. Eles eram responsáveis, por aquela situação deplorável, Rebaixaram-se tornado tão mercenários e corruptos que o termo “sacerdote” ficou sendo alvo de desprezo entre o povo.
2. Casamentos Mistos (2.10-12) Idéias levianas acerca do casamento (10-16). Os judeus divorciavam-se de suas esposas para se casarem com mulheres pagãs.era pecado duplicado, desastroso para uma criação adequada dos filhos, e à manutenção do culto nacional a Deus.
3. Divórcio (2.13-16)
4. Impiedade e Impertinência (2.17)

III. A Vinda do Senhor, Precedida pelo Seu Mensageiro (Ml 3.1-6)
1. Malaquias replica ao ceticismo deles. O dia vindouro do juízo dará resposta ao motejo deles., e mostrará se no fim de contas valeu à pena servir a Deus. (5)

IV. O Roubo no Tocante aos Dízimos (3.7-12)
1. Dízimo – Sonegação.Outra Mudança brusca de assunto. Sonegar os dízimos chama-se “roubar a Deus”, porque, pela constituição mosaica, o dízimo era propriedade de Deus, sobre a qual o doado não tinha mais direito do que sobre a propriedade de outrem.
2. Dízimo – Promessas. Notar a promessa de prosperidade que Deus faz aos dizímista fiéis.
3. Dízimo – Desafio. E o desafio para se averiguar se Ele a cumpre.

V. Outra Vez o Ceticismo Nacional. (3.13-18)
1. A Prosperidade dos Ímpios. O ceticismo estava na raiz dessa indiferença religiosa e baixa moralidade. Observando que as nações ímpias eram mais prósperas, o povo comumente dizia: “Que aproveita servir a Deus?’ (3.13-18) Os judeus não criam na promessa. Achavam que o dinheiro e o esforço oferecidos a Deus eram perdidos.
2. Resposta de Malaquias: Esperem a vejam: o fim mostrá-lo-á (16,17). Esta bela passagem retrata os poucos fiéis, num tempo de geral apostasia, a animarem-se uns aos outros, e Deus registrando os nomes deles para memória “naquele dia”.

VI. O Sol da Justiça e o Seu Precursor (Ml 4)
Quatro vezes, Malaquias olha à frente para o “dia do SENHOR” (1.11; 3.1-6, 16-18; 4.1-6).Chama-lhe “o dia” (3.2,17; 4.1,3,5). Parece significar toda a Era Cristã, com especial aplicação ao tempo do fim.
1. A Última Admoestação. Lembrai-vos da lei de Moisés (4)
2. O Último Vaticínio. Elias introduzirá o “dia do SENHOR” (5) Ele o fez, 400 anos mais tarde, na pessoa de João Batista (Mt 3.1-12; 11.14), que deu ênfase às suas fases de juízo.
3. A Última Virtude Mencionada. Amor de pais e filhos. (6), inclusive, como vem citado em (Lc 1.17), a consideração pelos ideais dos antepassados.
4. A Última Palavra do Antigo Testamento. “Maldição”, significando que a condição do gênero humano seria desesperadora se o SENHOR não vier.

Assim é que os judeus, favorecidos do SENHOR acima de todas as nações, desanimados pela sua fraqueza, apegados aos seus pecados, estavam tranqüilos, num estado de letargia mental, aguardando a vinda do Messias prometido. Malaquias assegurou-lhes que o Messias viria no tempo marcado, mas isto significaria juízo para pessoas da espécie deles.
Deste modo termina o Antigo Testamento.Passaram-se 400 anos.Então veio o Messias,para cuja origem a nação judaica viera à luz. Como, durante séculos, rejeitaram os profetas de Deus, assim quando o Messias chegou, rejeitaram-no também. Desde então os judeus têm estado sem lar, vagueando pela face da terra, tragédia e milagre dos séculos.

BIBLIOGRAFIA
O.S.Boyer Pequena Enciclopédia Bíblica.
Manual Bíblico do Estudante CPAD
Manual Bíblico H.H.Halley
Bíblia Explicada.

Elaborado por Wilson de Jesus Alves