LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
Cântico Fúnebre Sobre a Desolação de Jerusalém
É uma continuação do livro de Jeremias.
Uma Série de Clamores de Jeremias, Lamentando as Aflições de Israel
“Quando em cativeiro te levaram de Sião
E os teus sacerdotes prantearam de aflição
Foi como morrer de vergonha e dor
Caminhava triste o povo forte do Senhor
Oh, Jerusalém, por que deixastes de adorar
O Deus Vivo quem tantas batalhas te ajudou
Chora Israel num lamento só
Talvez Deus se lembre do "bichinho de Jacó"!
Chora, Israel
Babilônia não é o teu lugar
Clama ao teu Deus, Ele te ouvirá
Do inimigo te libertará”
INTRODUÇÃO:
1. A dor de Jeremias à vista da cidade pela qual ele tudo fizera para a salvar, não cresse que ela ainda se ergueria de suas ruínas, faz nos lembrar o lamento de Jesus sobre a mesma Jerusalém (Mt 23.37,38; Lc 19.41-44. Jerusalém reergueu-se, sim, e deu seu nome à capital de um mundo Remido de Glória Eterna (Hb 12.22; Ap 21.2)
2. Este livro é um apêndice ao de Jeremias. A introdução, acrescentada ao livro na Septuaginta é: “Depois que Israel foi levado para o cativeiro, e que Jerusalém foi devastada, Jeremias se assentou a chorar, e disse:”
3. O livro expressa uma dilema: “Poderia Deus agir como o inimigo do seu próprio povo e levá-lo a terrores que são penosos até de se descreverem?
4. O livro é uma mensagem poderosa em tempos de angústia e tristeza.
5. Lamentações aponta para além da humilhação de Jerusalém, ou seja, para a humilhação de Cristo. Com base nisso, o mundo pode estar certo de que Deus é bom e que ele agirá com bondade no devido tempo “para os que esperam por ele” (3.25)
APÊNDICE A JEREMIAS
O último capítulo de Jeremias, sobre o incêndio de Jerusalém e o começo do exílio babilônico, deve ser lido como introdução a este livro. A Septuaginta apresenta este prefácio: “E aconteceu que, depois de Israel ter sido levado em cativeiro e Jerusalém ter ficado devastada, Jeremias sentou-se a chorar e proferiu esta lamentação sobre ela, dizendo:”
Todavia, no Antigo Testamento Hebraico este livro não segue o de Jeremias, como é o caso em nossas Bíblias, porém figura no grupo denominado “Hagiógrafos” ou “Escritos”: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester. Estes figuravam em rolos separados, por que eram lidos em festas diferentes. Estas lamentações, até hoje, pelo mundo inteiro, onde quer que haja judeus, são lidas nas sinagogas, no dia 9 do 4º mês, (Jr 52.6) em memória da destruição de Jerusalém.
TÍTULO DO LIVRO: O termo Lamentações vem do título grego, derivado de um verbo que significa “chorar em voz alta” e descreve com exatidão o conteúdo do livro, que consiste de cinco poemas melancólicos de lamentação pela completa destruição de Jerusalém e do templo pelos caldeus.
A “GRUTA DE JEREMIAS”
É o nome do lugar, um pouco fora do muro setentrional de Jerusalém, onde reza a tradição, Jeremias chorou lágrimas amargas, e compôs esta pesarosa elegia. Essa gruta fica sob o outeirinho que hoje se chama “Gólgota”, a mesma onde foi levantada a cruz de Jesus. Assim, o profeta sofredor chorou onde mais tarde o Salvador padecente morreu.
AUTOR.
1. Desde os tempos mais antigos, os judeus, e posteriormente, os cristãos, têm atribuído o livro de Lamentações à pena de Jeremias. A Septuaginta declara tal atribuição desde o segundo século a.C., (c.250 a.C) e a Vulgata latina desde o quarto d.C.
2. Argumentos convincentes baseados na tradição judeu-cristã, sobre a autoria de Jeremias, têm sido apresentados.
3. A idéia de Jeremias como o autor do livro pode ter sido estimulada por 2 Cr 35.25, onde lê que Jeremias compôs lamentações para o rei Josias.
4. No livro propriamente não há indícios diretos de que Jeremias tenha sido o seu autor, embora algumas passagens do texto lembrem nitidamente as características e estilo desse profeta, especialmente o cap. 3 (Lm 3.48-51; Jr 14.17). A expressão “filha de” ocorre cerca de vinte vezes em cada livro.
5. Contudo, como o livro se compõe de cinco diferentes poemas com alguma variação no estilo- parecendo, às vezes, que foram expressos por um indivíduo (cap. 3) e, outras vezes, por uma comunidade (cap.5) – Os poemas podem ter sido produzidos por escritores diferentes.
6. Aceitando-se a autoria de Jeremias, portanto, o Livro de Lamentações se torna “um suplemento do Livro de Jeremias”, que tão freqüentemente prediz uma catástrofe tal como aquela que é descrita em Lamentações. Porém as Lamentações de Jeremias são inteiramente isentas daquela atitude mental que diz: “Eu bem disse”. Ele preocupa-se tão somente em lamentar-se as aflições de Jerusalém, e em pleitear perante Deus que não rejeita para sempre.
DATA: Este canto triste foi composto 600 anos A.C
CHAVE: Calamidade, Assolação, Destruição (2.11; 3.47,48; 4.10)
TEMA: É uma série de elegias em forma de acróstico, escritas como se fossem para um funeral nacional, que descrevem a tomada e a destruição de Jerusalém.
PROPÓSITO DE LAMETAÇÕES DE JEREMIAS
O Propósito de Lamentações não pode ser definido em uma única palavra. De certa forma, a sua produção foi em si mesma uma forma de lidar com a questão da destruição de Sião. O centro da gravidade é a ira de Deus contra seu povo. A ira de Deus é considera justa. Lamentações não expressa uma total perplexidade, como às vezes, parece acontecer em Jó. Ao invés disto, ele justifica a punição de Judá e oferece uma defesa dos profetas que a predisseram.
Lamentações é tudo, menos um texto de resignação passiva. A ira de Deus é aceita, mas não sem uma grande carga emocional.
O ESTILO E ESTRUTURA DE LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
1. Definição – Lamentação: Canto fúnebre, elegia.
2. Características Específicas:
• Estrutura: O Livro consiste de cinco poemas (cada capítulo, um poema) sendo os quatro primeiros sob a forma de acrósticos. Estes quatros capítulos são ainda, escritos com a chamada métrica qinnâ
• Qinah: Um estilo de poesia hebraica, a métrica qinnã, ou métrica manca, é uma cadência utilizada em canções fúnebres, bastante apropriada para este lamento pela destruição de Jerusalém. Qinah deriva do nome hebraico para lamentações e é encontrada com freqüência na poesia de caráter melancólico.
• Acróstico: Os versos ou conjuntos de versos são dispostos de acordo com as vinte e duas letras do alfabeto hebraico (Cada versículo começa com uma das letras do alfabeto hebraico – exceto no capítulo 3, onde cada uma das 22 letras inicia três versículos)
3. Características Gerais:
Os lamentos (tanto da comunidade quanto individuais) possuem algumas características:
• Queixa contra as adversidades, que foram toleradas ou mesmo causadas pelo Senhor.
• Testemunho de confiança.
• Apelo pelo livramento fundamentado na natureza do Senhor e em sua aliança.
• Certeza de ser ouvido, freqüentemente com a garantia de que os inimigos e perseguidores, por sua vez experimentarão a ira de Deus (Sl 74)
Lamentações de Jeremias, às vezes é comparado com um tipo específico de lamento, o lamento fúnebre (Am 5.1-3)
A IMPORTÂNCIA E USO DO LIVRO DE LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
1. Seu Uso Imediato. O livro dever ter sido composto nos 3 meses entre o incêndio de Jerusalém e a partida do remanescente para o Egito (Jr.39.2; 41.1,18; 43.7) tempo em que a sede do governo esteve em Mispá (Jr 40.8), cerca de 9 Km a N.O de Jerusalém. Provavelmente enviadas à Babilônia, para que os cativos as decorassem e cantassem.
2. Seu Uso Posterior.
• Este livro foi lido cada ano pelos judeus, para comemorar a ocasião na qual o templo foi queimado, relembrando a destruição de Jerusalém em 586 a.C e em 70 d.C, além disto, lia-se toda semana no “Lugar da Lamentação dos Judeus” em Jerusalém, que fica perto da área do templo. Desde o ano de 1948, os árabes vedaram este lugar aos judeus. Em 1967, na Guerra de Seis Dias, Israel conquistou a velha cidade de Jerusalém.
• É lido em alta voz em todas as sinagogas do mundo.
• A Igreja Católica canta-a na “semana santa”. (Nos últimos três dias)
ANÁLISE: O livro de lamentações tem um tema principal: o sofrimento que sobreveio a Jerusalém quando Nabucodonosor capturou a cidade, em 586 a.C. Numa série de elegias, o autor expressa sua inconsolável tristeza por causa da agonia e da angústia da cidade. O primeiro lamento descreve e explica as aflições de Jerusalém, em termos gerais. O segundo descreve o desastre com maiores detalhes. Salienta que a destruição da cidade foi um julgamento de Deus contra o pecado. Alguns fatores profundos desse julgamento são elucidados na terceira lamentação. A quarta lamentação sublinha algumas lições que Jerusalém aprendera do julgamento. O quinto e último lamento (mais exatamente, é uma oração) descreve como os sofrimentos de Jerusalém levaram-na a lançar-se nos braços da misericórdia, e apesar de que o Senhor seja novamente gracioso para com Israel, agora purificada no cadinho da aflição. Visto que o livro de lamentações trata do sofrimento como julgamento contra o pecado, o crente afligido pode encontrar na linguagem do livro a sua própria confissão, auto-humilhação e invocação.
• A ruína de Jerusalém e o sofrimento dos exilados, devido aos seus pecados (cap.1)
• O Senhor, o defensor de Israel desde a antiguidade, abandonou a seu povo ao seu terrível destino (cap.2)
• A dor de Jeremias sobre as aflições de seu povo, sua confiança em Deus e sua própria a perseguição (cap.3)
• A glória passada de Israel em contraste com a aflição presente (cap.4)
• Oração pedindo misericórdia (cap.5)
A RELAÇÃO ENTRE LAMENTAÇÕES E JEREMIAS
A ligação entre Lamentações e Jeremias continua plausível, não apenas pela ocorrência de expressões semelhantes, mas também pelo cenário e tema dos poemas. O cenário é sem sombras de dúvida Judá, em especial Jerusalém, e quase certamente o período após a queda do reino de Judá diante dos babilônios, em 586 a.C e antes da restauração dos exilados em 538 a.C. O lamento concernente à perda do rei de Judá (2.2,9), diferente de outras devastações de Jerusalém, fixa esse período como ocasião para as lamentações.
A MENSAGEM DE LAMENTAÇÕES
Este livro é atribuído por antiga tradição a Jeremias, e foi escrito logo depois da queda de Jerusalém no ano 586 a.C. Ainda se lê nas sinagogas dos judeus no dia 9 de julho, o aniversário da destruição de Jerusalém. Consiste de cinco poemas, todos tratando do mesmo assunto: a derrota de Sião. Em resumir seu ensino, três coisas se destacam:
1. A Condição de Sião. É delineada na mais vívida linguagem. A cidade é referida como uma viúva triste e solitária; outrora honrada, agora desprezada; ela chora durante a noite, e pela manhã as lágrimas ainda estão nas suas faces. Judá é cativo, e seu descanso e gozo fugiram (1.1-6). Há fome na cidade; as crianças choram, desmaiam e morrem (2.11,12 20-22). A glória de Sião passou (4.1-5)
2. A Causa dessa Condição. Este triste estado é atribuído ao pecado do povo (1.5,8 18; 3.39,42; 5.16). Jeremias tinha argüido os falsos profetas e sacerdotes iníquos, mas o povo tinha andado atrás deles, e, por isso, veio a sua derrota (2.14; 4.13)
3. A Conclusão. Grande deveras é o Deus que, em condições tão extremadas, pode encher o coração de conforto, e apontar os olhos que choram para a luz da aurora. A consolação dada a Sião na sua aflição é tríplice:
(1) O Senhor os ensina e os purifica por meio dessa aflição (3.22-39)
(2) Quando sua obra estiver completa, e voltarem penitentes a Ele, Deus os libertará, e não mais permitirá o Cativeiro (4.22a; 5.21).
(3) Finalmente Ele castigará seus inimigos, e fará com eles o que eles têm feito com os outros (1.21,22; 4.21,22)
ESBOÇO
I. O Significado das aflições de Jerusalém – A Desolação de Jerusalém. (1.1-22)
Não é fácil dar o assunto de cada capítulo. As mesmas idéias expressas de modo diferente percorrem todos os capítulos: os horrores do cerco; a desolação das ruínas; tudo por causa dos pecados de Sião. Jeremias aturdido, tonto, de coração quebrantado, chora inconsolavelmente. Um dos fatos a que se dá ênfase especial neste capítulo é o que o povo provocou esta catástrofe que lhe sobreveio por causa do seu próprio pecado.
O primeiro lamento descreve e explica as aflições de Jerusalém, em termos gerais:
1. Descrição das Aflições de Jerusalém (1.1-7)
2. A Explicação das Aflições de Jerusalém (1.8-18)
3. O Efeito das Aflições de Jerusalém (1.19-22)
II. Realidade das aflições de Jerusalém – A Destruição de Jerusalém (2.1-22)
A devastação de Jerusalém é atribuída diretamente à ira de Deus, Jerusalém situada num monte e cercada de outros, era quanto à localização física, a mais bela cidade então conhecida, “a perfeição da formosura” (2.15), mesmo comparada com Babilônia, Nínive, Tebas e Mênfis, que ficavam em planícies, à margem de rios. Demais disto, era a cidade do cuidado especial de Deus, por ele escolhida para uma missão ímpar, principal meio das relações de Deus com os homens, a mais favorecida e altamente privilegiada cidade de todo o mundo, amada de Deus, de um modo excepcional e muito particular, gozando de Sua especial proteção. Além do que era tão bem fortificada que geralmente se acreditava fosse inexpuguinável (4.12). Porém esta cidade de Deus havia-se feito pior de que Sodoma (4.6): e muros inexpuguinável não são defesa contra a ira de Deus. Que o Deus de amor infinito e insondável é também um Deus de ira terrível para com os que persistentemente escarnecem de Seu amor, isto é um ensinamento declarado e ilustrado muitas vezes pela Bíblia toda.
O segundo lamento descreve o desastre com maiores detalhes. Salienta que a destruição da cidade foi um julgamento de Deus contra o pecado
1. O Adversário de Jerusalém – O Julgamento do Senhor (2.1-8)
2. A Agonia de Jerusalém – O Lamento do Profeta. (2.17-22)
III. Alguns fatores das aflições de Jerusalém – O Desconsolo do Profeta (3.1-66)
Neste capítulo Jeremias parece queixar-se de que Deus não fizera caso dele e de suas orações (8). “de nuvem te encobriste para que não passe a nossa oração”. Posto que se queixe, justifica a Deus, reconhecendo que o povo merecia castigo (22). O ponto alto do livro é o trecho que vai de v.21 a 39, neste capítulo.
Alguns fatores profundos desse julgamento são elucidados na terceira lamentação:
1. A Vara da Ira de Deus (3.1-20)
2. A Multidão das Misericórdias de Deus (3.21-39)
3. A Justiça dos Juízos de Deus (3.40-54)
4. A Oração do Povo de Deus (3.55-66)
IV. Algumas lições tiradas das aflições de Jerusalém (4.1-22)
Enumerados e sumariados. Jeremias não podia desviar o pensamento doa horrores do cerco, o choro das crianças a morrerem de fome (2.11,12, 19; 4.4) as mulheres cozendo os próprios filhos como alimento (2.20; 4.10)
A quarta lamentação sublinha algumas lições que Jerusalém aprendera do julgamento:
1. A Vaidade da Glória Humana (4.1-12)
2. A Vaidade da Liderança Humana (4.13-16)
3. A Vaidade dos Recursos Humanos (4.17-20)
4. A Vaidade do Orgulho Humano (4.21,22)
V. Resultado das aflições de Jerusalém (5.1-22)
O quinto e último lamento (mais exatamente, é uma oração) descreve como os sofrimentos de Jerusalém levaram-na a lançar-se nos braços da misericórdia, e apesar de que o Senhor seja novamente gracioso para com Israel, agora purificada no cadinho da aflição.
1. Jerusalém Invoca a Graça de Deus – Confissão (5.1-18)
2. Jerusalém Invoca a Glória de Deus – Petição (5.19-22)
Não obstante, a despeito de3 seus sofrimentos horríveis, Jerusalém não aprendeu a lição. Depois do cativeiro foi reedificada, e nos dias de Cristo já se havia novamente grande e poderosa cidade, cujo pecado chegou ao extremo de crucificar o Filho de Deus. Seguiu-se sua extirpação pelos exércitos de Roma 70 d.C.
OS SOFRIMENTOS DE JERUSALÉM AO LONGO DE SUA HISTÓRIA
Sob Manassés: No tempo de Manasses, a santa cidade é invadida por tropas babilônicas. O mais perverso rei de Judá é deporta¬do a Babilônia, onde se reconcilia com o Deus de seus pais. Alcançado pelas misericórdias divinas, o monarca judaíta é recambiado à sua terra, onde promove algumas reformas religiosas. Em termos genéricos, ele é considerado o pior soberano de Judá.
Cativeiro Babilônico: Não há acontecimento tão funério e triste para os judeus como a destruição do Templo e de Jerusalém. A façanha foi realizada por Nabucodonozor, em 587 a.C. Termi¬na, assim, a fase áurea da mais amada e cobiçada cidade hebréia.
Sob Esdras e Neemias: Após setenta anos de exílio e de vergonha, Jerusalém é reconstruída por Esdras e Neemias. Nesse mesmo tempo, o Templo ressurge. No entanto, é apenas uma sombra do imponente santuário construído por Salomão.
Sob Ptolomeu Soter: Desde essa época, a Cidade do Grande Rei não mais conheceria momentos de paz. Em 320 a.C., Ptolomeu Soter conquista-a.
Sob Antíoco Epífanes: No segundo século antes de nossa era, Antíoco Epífanes apodera-se dela, profana o Templo e massacra milhares de judeus.
Sob Pompeu: Em 66 a.C, o general romano Pompeu apossa-se de Jerusalém, transformando-a em possessão latina. Dezesseis anos mais tarde, Herodes, o Grande, começa a reinar sobre a cidade, com o apoio de Roma. Para agradar os ju¬deus, o ambicioso e perverso monarca reforma e embeleza o santuário de Jeová. Nesse Templo, seria apresentado o menino Jesus.
Sob o General Tito: No ano 70 de nossa era, conheceria Jerusalém uma de suas mais deploráveis tragédias. O general Tito, à testa de um exército de 100 mil homens, sitiou-a durante cinco meses. Em seguida destruiu-a, o que predissera Jesus, aconteceu: não ficou pedra sobre pedra; tudo foi destruído.
De acordo com Tácito, historiador romano, morreram, naquela ocasião um milhão de judeus.
Sob o Imperador Adriano: O fervor nacionalista dos judeus, entretanto, não se apaga. Em 131 d.C, Bar Khoba apossa-se da cidade. No ano seguinte, contudo, o imperador Adriano devasta-a li¬teralmente.
Sob Cosroes: Séculos mais tarde, em 627, Cosroes II, rei da Pérsia avança sobre Jerusalém, arrasando-a, uma vez mais.
Sob Omar: Sucessor de Maomé, ocupa a cidade da paz em 637.
Sob os Maometanos: Duzentos anos depois, os maometanos destroem san¬tuários cristãos.
Sob os Turcos:Em 1075, a capital espiritual do judaísmo passa das mãos dos muçulmanos para as dos turcos.
Sob as Cruzadas: Sob o nome de Cristo, a Igreja Católica Romana, com suas impiedosas cruzadas, passa a atacar Jerusalém. A cidade é sitiada e conquistada em 1099, por Godofredo, che¬fe da primeira cruzada. Durante essa satânica investida, milhares de judeus são assassinados.
Saladino, em 1.187, na qualidade de chefe da terceira cruzada, ocupa a cidade. Em 1.229, as mulharas de Jeru¬salém são destruídas. Dez anos mais tarde, Sião rende-se ao comandante da sexta cruzada. Os turcos, em 1.547, invadem-na e, de lá, só seriam expulsos, em 1831. A Turquia, entretanto, voltaria a conquistar Jerusalém, dez anos mais tarde.
Na Primeira Guerra Mundial, Jerusalém é "libertada" pelo general britânico, Allemby. No dia 14 de maio de 1948, renasce o Estado de Israel. A parte Leste da cidade, porém, continuava em poder dos árabes. Entretanto, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, a capital espiritual e histórica dos judeus é reconquistada por seus legítimos do¬nos.
Conclusão:
1. Visto que o livro de lamentações trata do sofrimento como julgamento contra o pecado, o crente afligido pode encontrar na linguagem do livro a sua própria confissão, auto-humilhação e invocação.
2. O assunto de que se ocupa o livro relembra o peso que Jesus sentia em Seu coração por Jerusalém (Mt 23.37,38).
3. O Livro descobre o amor e o pesar do Senhor pelo próprio povo que está disciplinando – pesar introduzido, pelo Espírito Santo, no coração de Jeremias (Jr 13.17- compare com Mt 23.36,38; Rm 9.1-5)
4. Os versículos mais conhecidos do livro são, sem dúvida 1.12a; e 3.22-23.
Bibliografia.
Bíblia de Estudo de Genebra.
O.S.Boyer – Pequena Enciclopédia Bíblica.
Bíblia Anotada
Bíblia de Referência Thompson
Bíblia Explicada.
Manual Bíblico H.H.Halley
Geografia Bíblica – Claudionor de Andrade.