A ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Principal Divisão: São duas: Antigo Testamento e Novo Testamento.
Testamento:
A palavra “testamento”, nas designações Antigo Testamento e Novo Testamento, tem sua origem no vocábulo latim testamentum e, no grego diathéke, cujo significado, na maioria de suas ocorrências na Bíblia grega, é “concerto”. Em Jeremias 31.31, foi profetizado um novo concerto que iria substituir aquele que Deus fez com Israel no deserto (Êx 24.7-8). Lemos em Hebreus 8.13: “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro”. Os escritores do Novo Testamento vêm o cumprimento da profecia do novo concerto na nova ordem inaugurada pela obra de Cristo. Suas próprias palavras, ao instruir esse concerto (1 Co 11.25), dão autoridade a esta interpretação. Os termos Antigo Testamento e Novo Testamento, nomeados para as duas coleção de livros da Bíblia, entraram no uso geral entre os cristãos na última parte do século 2º. Tertuliano traduziu o vocábulo grego diathéke para o termo latim instrumentum (um documento legal) e, também, por testamentum. Infelizmente, foi a última palavra que vingou, considerando-se que as duas partes da Bíblia não são “testamentos” no sentido ordinário do termo.
Antigo Testamento (2 Co 3.14): No primeiro caso, o termo “testamento” traduz o hebraico berith, cujo sentido é “pacto ou aliança”. O termo é usado para indicar o pacto divino com o povo de Israel.
Novo Testamento (1 Co 11.25): No segundo, a palavra “Novo Testamento” está ligada diretamente com a expressão a Santa Ceia do Senhor. Em 2 Coríntios 3.6, encontramos a frase: “Novo Testamento” com o sentido de “novo concerto”, que quer dizer: o concerto feito por Cristo por meio de sua morte na cruz para salvação dos pecadores e justificação dos justos nessa nova dispensação. Paulo declara que agora “... estamos livres da lei, pois morremos para aquilo que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”. Em outra passagem de 2 Coríntios 3.6, Paulo declara: “... a letra mata”. Em ambas as passagens isso se referia ao Antigo Testamento, sem a morte de Cristo. Com sua morte na cruz, a lei foi abolida, mas as promessas de Deus, feita no decorrer dos séculos, inseridas no Antigo Testamento, foram vivificadas. Assim, por meio de Cristo, tudo se fez novo. Hebreus 10.16, fala do Novo Concerto que Deus faria com o seu povo, em sentido geral.
A Divisão Dos Livros Na Bíblia Hebraica:
A Lei – Torá: Comumente chamada “Pentateuco” essa é composta por cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio.
Os Profetas – Nebhiim:
Os “primeiros profetas”: Compreendendo Josué, Juízes, Samuel e Reis;
Os “Últimos Profetas”: Formados por Isaías, Jeremias, Ezequiel e “Livro dos doze profetas”.
Os Escritos - Kethbhim: Contém o restante dos livros:
Salmos, Provérbios, Jó.
Os “Cinco Rolos”: Cântico dos cânticos, Rute, Lamentações de Jeremias, Eclesiastes e Ester.
Os livros Históricos: Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.
Esta divisão em três partes da Bíblia hebraica está de acordo com as palavras de Jesus, que disse: “São estas as palavras que vos disse, estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44).
Mais comumente, o Novo Testamento refere-se “à Lei e aos Profetas” (Mt 7.12) ou “a Moisés e aos Profetas” (Lc 16.29).
O Antigo Testamento.
O Pentateuco. 5 livros de Gênesis a Deuteronômio. Tratam da Criação e da Lei.
Os Livros Históricos. 12 livros – de Josué a Ester. Contém a história do povo escolhido: Israel.
Os Livros Poéticos. 5 livros – de Jó a Cantares. São chamados poéticos devido ao gênero do seu conteúdo e não por outra razão.
Os Livros Proféticos. 17 livros – de Isaías a Malaquias, esses 17 livros estão subdivididos em dois grupos:
Profetas maiores. 5 livros – de Isaías a Daniel.
Profetas menores. 12 livros – de Oséias a Malaquias.
Os nomes “maiores” e “menores” referem-se ao volume de matéria dos livros e extensão do ministério profético.
Outras Informações:
O Novo Testamento.
Biografia: São os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena do Senhor Jesus e o seu glorioso ministério entre os homens. Os três primeiros são chamados Sinóticos devido ao paralelismo que apresentam. O número quatro nos Evangelhos fala também de sua universalidade, por serem quatro os pontos cardeais.
História: É o livro de Atos dos apóstolos. Registra a história da igreja primitiva, seu viver e agir. O livro mostra que o segredo do progresso da Igreja é a plenitude do Espírito Santo nas vidas.
Doutrinas: São 21 livros chamados Epístolas ou Cartas; Vão de Romanos a Judas. Umas são dirigidas a igrejas, outras a indivíduos. As 7 que vão de Tiago a Judas, são chamadas universais ou gerais.
Profecia: É o livro de Apocalipse. Esta palavra significa revelação. Trata da volta pessoal do Senhor Jesus à terra, isto é, sua revelação pessoal, sua manifestação visível. O Apocalipse é o inverso do livro de Gênesis. Lá narra como tudo começou; aqui, como tudo findará.
Outras Informações:
Os primeiros documentos do Novo Testamento a serem escritos foram as epístolas do apóstolo Paulo. E essas cartas possivelmente. Com a epístola de Tiago, foram compostas entre os anos 48 e 60 d.C., antes mesmo que o mais antigo dos evangelhos fosse redigido.
A Divisão Em Capítulos.
São 1.189, sendo 929 no Antigo Testamento e 260 no Novo Testamento.
O maior capítulo é o Salmo 119; e o menor é o Sal o 117.
Foi dividida em capítulos em 1250 d.C., por Hugo de Saint Cher, abade dominicano, estudioso das Escrituras.
A Divisão Em Versículos.
São 31.173, sendo 23.214 no Antigo Testamento e 7.959 no Novo Testamento.
Foi dividida em versículos em duas etapas: O Antigo Testamento em 1445 pelo Rabi Nathan; o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor de Paris.
A primeira Bíblia a ser publicada inteiramente dividida em capítulos e versículos foi a Bíblia de Genebra, em 1560.
É de suma importância que o aluno compreenda que essas divisões não faziam parte dos textos originais; ou seja, não foram inspiradas, servem a propósitos didáticos, a fim de facilitar o estudo, o manuseio da Bíblia.
Diversidade De Conteúdo: Os livros da Bíblia apresentam um conteúdo variado, incluindo, por exemplo, narrações históricas, genealogias, escritos filosóficos, porções de poemas heroicos, narrações romanceadas, profecias, sermões, textos legais, poemas e orações, um canto de amor perfeito e cartas ou epístolas gerais; Ela, portanto, torna-se única: na sua coerência; em sua circulação; tradução; sobrevivência; nos seus ensinos na sua influência sobre a literatura; na sua composição.
A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Definição:
Inspiração é a ação supervisionada de Deus sobre os autores humanos da Bíblia, de modo a, usando suas próprias personalidades e estilos, comporem e registrarem sem erro as palavras de Sua revelação ao homem. A inspiração se aplica apenas aos manuscritos originais (chamados de autógrafos).
Inspiração é a influência do Espírito de Deus sobre as mentes dos escritores da Bíblia que fizeram dos escritos o registro de uma revelação divina progressiva, suficiente, quando tomada no seu conjunto e interpretada pelo mesmo Espírito que inspirou a dirigir cada inquiridor a Cristo e a salvação.
Síntese:
É a influência do Espírito de Deus – Não um fenômeno da natureza, mas da operação interior do Espírito de Deus.
Sobre as mentes dos escritores da Bíblia. Não sobre o corpo, mas ao despertar os poderes racionais do homem.
Interpretada pelo mesmo Espírito. O Espírito Santo é que interpreta os registros bíblicos.
Esses homens foram escolhidos por Deus para uma missão singular.
Eles registraram de forma inerrante e suficiente, toda a vontade de Deus em relação à salvação e à vida do homem.
Os autores sagrados foram capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo na composição e registro dos textos originais da Bíblia de modo que o que disseram nas Escrituras é a Palavra de Deus.
Teorias Sobre A Inspiração Da Bíblia.
Natural – Não há qualquer elemento sobrenatural envolvido. A Bíblia foi escrita por homens de grande talento, como Sócrates, Platão, Milton e inúmeros outros.
Declaração: Entende que os autores da Bíblia foram homens de grande genialidade e, por isso, não precisavam de uma ajuda sobrenatural para escrever a Bíblia. Portanto, os próprios autores criaram aquilo que escreveram, pois Deus não inspirou as palavras. Essa teoria nega a existência do elemento divino na composição da Bíblia, pois para esses, a Bíblia não passa de um livro em que os escritores registraram suas lendas, histórias e poemas. Portanto, o que alguns denominam como inspiração divina, não seria outra coisa senão uma intensa intuição humana, com suas percepções espirituais puramente naturalistas.
Refutação: A inspiração não é simplesmente um fato natural, mas sobrenatural através da obra imediata de um Deus pessoal na alma do homem. Essa teoria nega o aspecto sobrenatural da inspiração, e faz a verdade bíblica ser uma coisa puramente subjetiva, ou seja, uma matéria de opinião particular.
Mística ou Iluminativa – Os autores bíblicos foram cheios do Espírito Santo como qualquer crente pode ser hoje.
Declaração: Essa teoria afirma que houve uma influência do Espírito Santo sobre os autores bíblicos, mas que isso significa apenas um reforço de suas capacidades normais, um aumento da sensibilidade e percepção das realidades espirituais. A Bíblia resulta de uma espécie de iluminação divina, através da qual, Deus teria concedido uma profunda percepção religiosa a alguns homens piedosos.
Refutação: A inspiração veio por meio de comunicações divinas especiais, e não por meio de capacidades humanas intensificadas. Os autores humanos expressam as próprias Palavras de Deus, e não simplesmente as suas próprias palavras. Essa teoria difere da ideia da inspiração, pelo fato de que a iluminação vem a ser o entendimento que o Espírito Santo dá a uma pessoa ao ler, ouvir ou meditar na Palavra de Deus, enquanto que a inspiração vem a ser a direção do Espírito Santo sobre os autores bíblicos para a transmissão da verdade bíblica revelada.
Mecânica – (Ou Teoria Da Ditação): Os autores bíblicos foram apenas instrumentos passivos nas mãos de Deus, como computadores com os quais Ele teria digitado. Deve-se admitir que algumas partes da Bíblia foram ditadas (ex.: os Dez Mandamentos).
Declaração: Afirma que Deus ditou as palavras aos escritores, ou seja, o Espírito Santo exerceu uma influência tal sobre os autores da Bíblia, se modo que eles se tornaram instrumentos passivos de Deus, e escreveram apenas aquilo que Deus ditou para eles. Os autores bíblicos foram meros escribas do Espírito Santo, registrando os pensamentos do próprio Deus. Dessa forma, a vida mental desses autores ficava em repouso, não contribuindo para o conteúdo de seus escritos.
Refutação: Os escritores bíblicos não eram apenas receptores passivos, e sim homens ativos que apresentaram suas colaborações, imprimindo nos seus escritos sua linguagem, seu estilo e sua cultura. Se Deus houvesse ditado as Escrituras, o estilo, o vocabulário e a redação seriam uniformes. Mas a Bíblia indica diferentes personalidades e modos de expressão nos seus escritores.
Parcial – Somente o não conhecível foi inspirado (ex.: criação, conceitos espirituais).
Declaração: Afirma que partes da Bíblia são inspiradas, mas outras não. Nas partes que mostram a salvação, a Bíblia é inspirada, enquanto que nas porções históricas, não precisam ser inspiradas, pois podem ser conhecidas pelos documentos contemporâneos. Nega a inspiração dos livros históricos da Bíblia e afirma que, por essa partes não serem inspiradas, elas contêm erros históricos, cronológicos e científicos. A única parte inspirada está limitada aos escritores doutrinários.
Refutação: As doutrinas cristãs se baseiam em fatos ocorridos na história, e se estes fatos não são verdadeiros, a doutrina que se apoia neles também carece de fundamento confiável. Não é possível fazer separação entre história e doutrina. Portanto como admitir a existência de erros nos registros históricos e, ao mesmo tempo, ter certeza de que as partes doutrinárias são verdadeiras? O perigo deste ponto de vista é colocar nas mãos do homem finito, frágil e falível o poder de determinar o quê e quando Deus está falando. Desse modo, outorga-se ao homem poder sobre a Verdade infinita, em vez de sujeitar-se a ela.
Conceitual – Os conceitos, não as palavras, foram inspirados.
Declaração: Temos a inspiração somente nos pensamentos, mas não quanto às palavras, ou seja, os pensamentos foram divinamente inspirados, enquanto que as palavras estão relacionadas à escolha dos autores humanos. Deus teria inspirado apenas os pensamentos, não as expressões literárias particulares com que cada autor concedeu seus textos.
Refutação: Não reconhece a direção de Deus na escolha das palavras feitas pelos autores para expressar a verdade divina, além de ignorar o fato de que os pensamentos são expressos em palavras. Se as palavras não forem adequadas, os pensamentos também não serão transmitidos corretamente. Os pensamentos não podem ser dissociados das palavras, pois o pensamento necessariamente toma forma e se expressa em palavras. Portanto, se há inspiração nos pensamentos, deve necessariamente haver inspiração nas palavras.
Neo-Ortodoxa – Autores humanos só poderiam produzir um registro falível.
Falível – Uma teoria, que vem ganhando popularidade, de que a Bíblia é inspirada, mas não isenta de erros.
Verbal E Plenária – Esta é a verdadeira doutrina e significa que cada palavra (verbal) e todas as palavras (plenária) foram inspiradas no sentido da definição acima.
O Conceito Bíblico De Inspiração.
Três conceitos relacionados:
Revelação – É o ato de Deus mediante o qual comunica a verdade antes desconhecida para a mente humana – verdade que não poderia ser conhecida ade qualquer outra maneira.
A iluminação – A iluminação admite graduação, a inspiração não. As pessoas diferem muito em suas opiniões sobre a iluminação, possuindo, algumas delas, um grau maior de discernimento do que as outras. Mas, no caso de inspiração, no sentido bíblico, o indivíduo é ou não inspirado. Alguns, chegam a confundir inspiração com iluminação. A iluminação se refere à influência do Espírito Santo, comum a todos os cristãos, que os ajuda a entender as coisas de Deus (1 Co 2.14).
Inspiração – A está ligada à comunicação da verdade. Nem todo conteúdo da Bíblia foi diretamente revelado aos homens. A Bíblia contém registros históricos e muitas observações pessoais. Mas, estamos seguros de que esses registros são verdadeiros.
O Relato Bíblico Da Inspiração:
Os escritos são inspirados, e não os escritores, ou seja, a Bíblia que é inspirada, e não seus autores humanos (2 Tm 3.16).
O Espírito de Deus ajudou os escritores a acharem as palavras certas para transmitir os conceitos espirituais (1 Co 2.13).
A inspiração das Escrituras é a influência do Espírito Santo sobre os autores bíblicos que garantiu que aquilo que escreveram era precisamente aquilo que Deus queria que escrevessem.
A Bíblia apresenta uma inspiração que se aplica a todas as partes e a todas as palavras da Escritura, pois a influência do Espírito Santo alcançou os autores humanos, seus pensamentos, suas palavras e seus escritos em tudo que disseram na Bíblia. Portanto, Deus forneceu as ideias corretas na mente dos autores, as palavras certas a serem usadas, além do estímulo para os autores escreverem o que realmente Deus queria que fosse comunicado a nós.
A dupla autoria das Escrituras é uma importante verdade a ser defendida. Por um lado, Deus falou, revelando a verdade e guardando do erro autores humanos, sem violar sua personalidade. Por outro lado, homens falaram, usando livremente suas próprias faculdades, sem discorrer, sem distorcer a mensagem divina. Suas palavras eram verdadeiramente suas próprias palavras. Ainda assim eram e ainda são Palavras de Deus, de modo que o que a Escritura diz Deus também diz. Elementos tantos divinos quanto humanos estão presentes na produção das Escrituras. Portanto, todo o texto da Escritura, inclusive as próprias palavras, é um produto da mente de Deus expresso em termos e condições humanas.
A verdadeira inspiração não sustenta que Deus tenha ditado as palavras da Bíblia, mas que orientou os escritores dos livros bíblicos na escolha de suas palavras e expressões de modo a guardá-los de erros, sem menos prezar seu vocabulário ou suprimir sua individualidade de expressão.
Características Da Inspiração Verbal E Plenária:
A verdadeira doutrina é válida apenas para os manuscritos originais.
Ela se estende às próprias palavras.
Vê Deus como o superintendente do processo, não ditando aos escritores, mas guiando-os.
Inclui a inerrância.
Causalidade Divina: Deus é a fonte da inspiração da Bíblia, pois o elemento divino estimulou o elemento humano. Portanto, Deus revelou-lhes certas verdades, e o elemento humano registrou essas verdades.
Mediação humana: A Bíblia que os autores humanos produziram é a Palavra de Deus, mas também é a palavra do homem. Isso porque, Deus usou personalidades humanas para comunicar as ideias de Deus. Portanto, os homens foram a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a causa principal.
Autoridade Escrita: O produto da autoridade divina em operação por meio dos homens como intermediários de Deus é a autoridade escrita de que se reveste a Bíblia. Como fato consumado, as Escrituras receberam sua autoridade do próprio Deus, que falou mediante os homens. No entanto, são os escritos e não os escritores dos textos sagrados que possuem a autoridade divina. Concluindo, enquanto os autores dos textos sagrados já morreram, os registros bíblicos permanecessem.
Provas Da Inspiração Verbal E Plenária:
2 Timóteo 3.16: “Theopneustos, soprado por Deus. Afirma que Deus é o autor das Escrituras e que estas são o produto de Seu sopro criador. Essa palavra grega não é usada em nenhuma outra parte da Bíblia, e nunca foi achada em nenhuma literatura grega escrita antes desse texto. É possível que essa palavra tenha sido criada pelo Espírito Santo para descrever a incomparável inspiração divina das Escrituras. Literalmente significa “Dada pelo Espírito de Deus”.
2 Pedro 1.20,21. O “como” da inspiração – homens “movidos” literalmente “carregados” pelo Espírito Santo.
Ordens específicas para escrever a Palavra do Senhor (Êx 17.14; Jr 30.2).
O uso de citações (Mt 15.4; At 28.25).
O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (Mt 5.17; Jo 10.35).
O Novo Testamento afirma que outras partes do Novo Testamento são Escrituras (1 Tm 5.18; 2 Pe 3.16).
Os escritores estavam conscientes de estarem escrevendo a Palavra de Deus (1 Co 2.13; 1 Pe 1.11,12).
A INERRÂNCIA DA BÍBLIA
Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação quanto aos sentidos do texto, etc. Portanto quando encontrarmos na Bíblia um trecho discrepante, não pensemos logo que é erro! Saibamos refletir como Agostinho, que disse: “Num caso desse, deve haver erro do copista, tradução mal feita do original, ou então sou eu mesmo que não consigo entender”.
Definição.
Por inerrância das Escrituras entende-se que os termos nos manuscritos originais não afirmam nada contrário aos fatos. Portanto, a Bíblia sempre diz a verdade a respeito de todas as coisas de que trata.
A inerrância é o ponto de vista de que, quando todos os fatos forem conhecidos, demonstrarão que a Bíblia, nos seus autógrafos originais e corretamente interpretada, é inteiramente verdadeira, e nunca falsa, em tudo quanto afirma, quer no tocante à doutrina e à ética, quer no tocante às ciências sociais, físicas ou biológicas.
Motivos a favor da inerrância da Bíblia:
Porque as Escrituras como a Palavra de Deus é uma comunicação verbal de Deus (Gn 1.3,24).
Porque as Escrituras como a Palavra de Deus é comunicada por lábios humanos (Jr 1.7,9): A Bíblia é a Palavra de Deus porque os profetas, como porta-vozes de Deus, falavam somente o que Deus punha em suas bocas. Como a Bíblia é a Palavra de Deus e Deus não poder errar, concluímos que a Bíblia também não pode conter erros.
Porque as Escrituras como a Palavra de Deus se manifesta em forma escrita (Êx 31.18; Jr 30.2): A Bíblia é a Palavra de Deus escrita por seres humanos, em linguagem humana, escrita sem erros, sem apresentar nenhum indício de redução de sua veracidade.
Porque as Escrituras como a Palavra de Deus não pode errar, pois Deus não pode mentir (Tt 1.2; Hb 6.18). Se Deus não pode mentir, suas palavras são verdadeiras.
Porque as Escrituras como a Palavra de Deus é a definição final do que é e do que não é verdade. A Bíblia é o ponto de referência ao qual deve-se medir qualquer grande veracidade, sendo com isso o padrão definitivo da verdade.
Porque as Escrituras como a Palavra apresentam a sua integridade em várias áreas de estudo.
Integridade topográfica e geográfica: As descobertas arqueológicas provam que os povos, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados justamente onde as Escrituras o localizam, no local exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas na Bíblia.
A Integridade Etnológica ou Racial. Todas as afirmações bíblicas concernentes às raças a que se referem têm sido demonstradas como harmônicas com os fatos etnológicos revelados pela arqueologia.
Integridade Cronológica: a identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos com o período de sua ocorrência é confirmado pela cronologia síria e pelos fatos revelados pela arqueologia.
Integridade Histórica: O registro bíblico dos nomes e títulos dos reis está em harmonia perfeita com os registros seculares, conforme estes têm sido trazidos à luz pelas descobertas arqueológicas.
Teorias Sobre A Inerrância:
Inerrância De Propósito. A Bíblia é isenta de erros no sentido de concretizar o seu propósito principal de levar as pessoas a uma verdadeira comunhão pessoal com Cristo. Portanto, a Escritura é inerrante somente à medida que realiza seu propósito fundamental, e não por ser precisa naquilo que assevera
Inerrância Limitada: Posição que considera a Bíblia isenta de erros somente em seus ensinos doutrinários salvíficos, pois a Bíblia não foi concedida para ensinar ciência ou história, nem Deus revelou questões de história ou ciência aos escritores. Portanto, as menções no campo da ciência e da história expressam o entendimento da época dos autores e não têm exatidão, e por isto não são verdadeiras.
Avaliação:
Se a Bíblia não é confiável naquilo que pode ser verificado, no campo da ciência, da história, da arqueologia, da geografia, da antropologia, como podemos saber que ela é digna de confiança nas questões metafísicas? Naquilo que não pode ser verificado empiricamente? Como saber que aquilo que a Bíblia ensina sobre Deus, sobre o Espírito Santo, sobre os anjos, sobre o destino eterno é verdadeiro?
Se a Bíblia é inerrante em alguns trechos e falível em outros, a quem compete a autoridade para decidir quais textos são ou não confiáveis? Uma vez que os textos doutrinários da Bíblia estão mesclados com os textos históricos. A doutrina da salvação está fundamentada nos atos de Deus na história. Negar a veracidade desses fatos históricos significa diluir o fundamento histórico da redenção divina, pois, a verdade da redenção por meio de Cristo está intrinsecamente relacionada com os eventos históricos da encarnação, morte e ressurreição de Cristo.
Dizem que a Bíblia está cheia de erros, porque ela foi produzida por humanos, e sendo os homens falíveis, logo a Bíblia também é falível. Os que advogam esta afirmativa, não levam em conta que a Bíblia é o livro inspirado por Deus, e que a inspiração divina preservou seus escritores de cometerem erros. Jesus como a Palavra Viva de Deus era cem por cento humano, mas isento de qualquer pecado ou erro.
A Bíblia não é confiável apenas nas questões de fé e prática, embora ela não seja um compêndio de ciência ou história – não era esse o propósito divino – ela é confiável e verdadeira em tudo quanto afirma sobre qualquer campo do saber humano.
Inerrância Plena E Absoluta:
Posição que considera a Bíblia totalmente verdadeira e nunca falsa em tudo quanto ensina e afirma.
Reconhece que a Bíblia não foi escrita com a terminologia científica, nem era esse o propósito.