A ORIGEM DO HOMEM
O que é o homem? Conta-se que Scheleiermach, filósofo e teólogo alemão, estava, tarde da noite, sentado num jardim, quando um guarda noturno o abordou perguntando: “Quem é o senhor?” “Ótima pergunta. Eu gostaria de saber”, respondeu o filósofo.
“O Pensador”, obra escultural do artista Rhodin, configura o homem em pertinaz busca da resposta às perguntas: “Quem sou eu?”, “De onde vim?”, “Porque estou aqui?” “Para onde vou?”
O que diz a Filosofia:
Platão disse que o homem é um bípede sem asas.
Aristóteles disse que o homem é um animal sociável.
Nietzsche disse que o homem é mais macaco do que qualquer macaco.
Molieere ensinou que o homem é um animal vicioso.
William Hazlitt disse que o homem é o único animal que ri e chora.
O homem um ser transitório: Alguém definiu a transitoriedade da vida humana nas seguintes palavras: “O homem é um embrulho postal que a parteira despachou ao coveiro”.
“Limitado em sua natureza e insaciável em seus desejos, o homem é como um ser de natureza celestial que se recorda dos céus” – Alphonse de Lamartine
Termos nos originais:
No hebraico:
Adam ou Adão (Gn 1.26; 2.7; 3.24): Significa somente homem.
Iche (Zc 6.12): Significa varão completo, homem forte.
Enox (Sl 8.4; 73.5): Que dizer, homem mortal, homem fraco.
Gehver (Êx 10.11; Zc 13.7): É homem de valor ou de prestígio.
No grego:
Ântropos, no grego, é igual Adam, do hebraico.
Âner, no grego, é igual a Iche, do hebraico. É donde vem a palavra André.
Definição teológica:
O homem é muito mais que um amontado de agentes químicos. Ele é muito mais que carne e osso. O homem é um ser espiritual, pois Deus o fez alma vivente. Ele não é um ser transitório. Isto é, de existência física limitada. O homem é um ser em que Deus ao criá-lo, destinou-o à eternidade.
Teorias sobre origem do homem. A Palavra de Deus desde o início declara que o homem foi criado e também formado por Deus; não evoluído de outras espécies até chegar ao homem. Deus o criou (Gn 1.28; 2.7; Jó 33.4; Sl 139.13-16; Is 43.7). O Senhor Jesus confirmou isso em Mateus 19.4.
Evolucionismo ateísta.
“Os evolucionistas parecem saber tudo acerca do elo perdido, a não ser o fato de que ele está perdido” – K. Chesterton
“A evolução é o maior embuste já impingido à mente humana” –
Malcon Muggeridge
“A doutrina da evolução, se aceita de maneira coerente, torna impossível a crença na Bíblia – T. H. Huxley
A teoria da Evolução começou com Charles Darwin e foi refinada pelos outros em uma tentativa de explicar a origem da matéria e da vida à parte de Deus.
Definição: Sugere que a vida tenha surgido espontaneamente, por meio de processos naturais, e que todas as formas de vida encontradas hoje tiveram sua origem numa forma primitiva, ou seja, todas as forma de vida compartilham de um ancestral comum.
Tudo que é necessário, de acordo com a evolução naturalística, são átomos em movimento. “Uma combinação de átomos, movimento, tempo e o acaso tem formado o que nós temos atualmente”
Os princípios da evolução conforme o livro origens das espécies de Charles Darwin:
Variação resulta em que alguns descendentes são superiores aos seus pais.
Uma luta pela existência elimina os gêneros mais fracos e menos adaptados.
Um processo de seleção natural está em constante curso e assim somente os mais aptos sobreviverão.
Através da hereditariedade, novas e melhores qualidades produzidas pelas variações são transmitidas e gradualmente acumuladas.
Novas espécies vêm à existência através deste método, após a passagem de tempo suficiente.
O desafio da teoria naturalista: Demonstrar a validade do conceito conhecido por abiogênese, isto é, a ideia de que a vida teria surgido de forma natural e espontânea, a partir de matéria inorgânica, e sem nenhum aspecto de intencionalidade. A vida veio à existência através de processos de geração espontânea, desprovido de uma ação criadora, e que teria evoluído até a complexidade presente.
A seleção natural da evolução ateísta:
Definição: É o processo pelo qual organismos com características favoráveis têm uma probabilidade maior de sobreviver e reproduzir, tornando tais características mais abundantes na próxima geração.
Explicação: É o mecanismo que preserva as mudanças causadas pelas mutações. Quando ocorre uma mudança benéfica para o organismo, então a seleção natural acaba preservando essa mudança simplesmente porque é benéfica. Qualquer mudança prejudicial não seria preservada, porque a seleção natural a considera inútil. Isso significa que o processo de seleção que ocorre na natureza elimina as mutações prejudiciais e mantém as úteis.
As mutações na evolução Ateísta: mutações são mudanças pequenas e repentinas no DNA dos genes, as quais são transmitidas para os descendentes, fazendo com que sejam diferentes de seus pais em características.
Conclusão da evolução Ateísta: Há milhões de anos atrás, substâncias químicas existentes no mar, influenciadas pelo sol e pela energia cósmica, acabaram unindo-se por obra do acaso e dando origem a organismos unicelulares. Desde então, vêm se desenvolvendo por intermédio de mutações benéficas e de seleção natural, formando todas as plantas, animais e pessoas. Portanto, esse desenvolvimento inclui a geração de novas espécies e de formas mais complexas a partir de substâncias e de formas de vida mais simples. Concluindo, esse ponto de vista dispensa a ideia de Deus ou de sua atividade na evolução.
Implicações da evolução para a teologia:
Se não há um Deus que criou o mundo, então o homem não é responsável perante Deus concernente a qualquer estrutura moral.
Não há quaisquer absolutos morais aos quais o homem deva aderir.
Evolucionismo Teística.
“Infelizmente, não são poucos os teólogos que, apequenando a verdade bíblica, optam pela teoria de Charles Darwin, numa tentativa insana de emprestar-lhe uma roupagem cristã” – Claudionor de Andrade
Definição: “A evolução Teística é o ensino de que as plantas, animais e o homem evoluíram gradualmente de formas inferiores, mas que Deus supervisou o processo”.
Tipos de evolução Teísta:
Evolução Teísta Mínima: Acredita que Deus realizou dois atos sobrenaturais de criação:
A criação da matéria do nada.
A criação da primeira vida.
Depois disso, todos os outros seres vivos, surgiram por processos naturais que Deus ordenou desde o princípio.
Evolução Teísta Máxima: Acredita que Deus realizou três atos sobrenaturais de criação:
A criação da matéria do nada.
A criação da primeira vida.
A criação da alma humana.
Depois disso, todos os seres vivos, surgiram por processos naturais que Deus ordenou desde o princípio.
Conclusão do evolucionismo Teístico:
Foram necessários milhões de anos para a existência do atual mundo habitável, sendo o homem em seu lado físico descendente dos animais pré-históricos. Deus criou o universo e a vida através da evolução.
Problemas do evolucionismo Teístico:
Se a raça humana vem evoluindo, então Adão não foi uma personagem histórica – e a analogia entre Cristo e Adão em Romanos 5.12-21 desaba.
A sugestão de que a humanidade é derivada de um ancestral não humano não pode ser reconciliada com a declaração explícita da criação do homem em Gênesis 2.7.
Teoria da Criação Especial:
Definição: Teoria segundo a qual o Universo e a vida se originaram de um ato específico e intencional de Deus, em vez de simples acaso.
A fórmula que descreve a Teoria da Criação Especial:
Matéria e energia (que não são eternos) + inteligência (um Deus Criador) = vida. Nada é por acaso, mas sim, por um propósito em todas as coisas que Deus faz. Ele é o Design Inteligente.
Teoria do Design Inteligente:
Definição: Teoria científica que busca por sinais de inteligência, evidentes na organização do Universo e na estrutura da vida.
Evidências:
A Terra encontra-se no lugar correto na galáxia, na distância correta do sol, sendo protegida por planetas gigantes que atuam como escudos, atraindo cometas, meteoros e asteroides.
A Terra possui uma lua que auxilia na estabilização do seu eixo e não permite que a água no planeta fique estagnada (não permite que a água fique parada).
A Terra possui uma atmosfera com proporções de oxigênio corretas que possibilitam a sobrevivência de organismos complexos.
A Terra possui oceanos e continentes para permitir que a diversidade de vida exista e tenha o necessário para sobreviver.
Existem cerca de 3 trilhões de células nervosas controlando as funções do corpo, sendo 120 trilhões de conexões entre todas estas células.
A visão humana é responsável por 90% de toda a percepção sensorial, sendo que o olho tem mais de 120 milhões de fotos receptores que podem perceber mais de um milhão de impressões simultâneas. O olho pode discriminar cerca de 10 milhões de variedades de cores.
O suplemento sanguíneo contém 180 trilhões de glóbulos sanguíneos vermelhos, 30 milhões de glóbulos brancos e trilhões de outras células sanguíneas.
O corpo contém 206 ossos e 639 músculos. Cada passo que damos requer uma coordenação instantânea de cerca de 300 músculos.
A relação entre a Teoria da Criação Especial e o Design Inteligente:
A Teoria da Criação Especial atribui a causa primeira da existência do Universo e da vida a um criador, tomando as evidências do design inteligente na natureza.
A Teoria do Design Inteligente aponta para a informação existente na natureza e não para a origem desta informação.
A Teoria da Criação Especial tem o desafio de mostrar que a natureza exibe evidências de um design inteligente na complexidade tanto do Universo quanto da vida, e que, por si mesma, e por forças naturais esta complexidade não teria se autoproduzido.
Conclusão da Teoria Criacionista: Nessa Teoria, a vida humana teve a sua origem em uma ação definitiva de um criador. Portanto, essa Teoria afirma a existência de um criador soberano, sendo esse o próprio Deus.
A Teoria da Criação Especial, teologicamente se divide em três pontos de vistas: 1) Criacionismo Progressivo 2) Teoria da Lacuna, e 3) Criação Fiat. Conforme veremos a seguir:
Criacionismo progressivo ou teoria do dia-era:
É baseada em parte sobre o Salmo 90.4 e em parte em 2 Pedro 3.8 ao rejeitar uma criação literal de seis dias. Os dias da criação não devem ser entendidos como dias de vinte e quatro horas e sim como eras geológicas.
As propostas do criacionismo progressivo:
É uma tentativa mais séria de harmonizar a Bíblia com a Ciência.
Procura harmonizar a antiguidade da Terra de acordo com ensino da ciência.
Reconhecem a criação direta do homem e espécies em geral em consideração de Gênesis 1-2.
Eles toleram um desenvolvimento “intra espécies” (microevolução) junto às espécies enquanto rejeita o desenvolvimento “entre espécies” (macroevolução).
Os pontos negativos do criacionismo progressivo:
O registro fóssil não demonstra isto,
A criação das plantas e sementes antes da criação dos animais da terra gera um problema em que algumas sementes dependem de insetos para a polinização e fertilização.
Êxodo 20.10,11 traça uma analogia entre uma pessoa trabalhando seis dias e descansando no sétimo e Deus criando por seis dias e descansando no sétimo. A analogia demanda dias de 24 horas.
Esta teoria exigiria que tivesse havido morte antes da queda porque a teoria envolve um longo período de tempo. Gênesis, no entanto, indica que não houve morte até que Adão pecasse.
Teoria da lacuna. A teoria da lacuna coloca um longo período de tempo entre Gênesis 1.1 e 1.2, basicamente como uma acomodação à ciência. Desta forma os defensores desta teoria podem manter a antiguidade da Terra e ainda assim entender as palavras de Gênesis 1 e 2 literalmente, aderindo aos dias de vinte e quatro horas da criação. A teoria da lacuna ensina que houve uma criação original. E como resultado da rebelião e queda de Lúcifer, a terra tornou-se um caos. A expressão “sem forma e vazia” (Gn 1.2) descreve a terra caótica que Deus julgou. Milhões de anos teriam se passado entre Gênesis 1.1 e 1.2, em concordância com a avaliação científica concernente à idade da Terra.
Os problemas da teoria da lacuna:
A gramática de Gênesis 1.1-2 não permite uma lacuna. Não há uma pausa entre os versículos 1 e 2.
A teoria também depende que a expressão “sem forma e vazia” signifique algo mau ou um resultado de um julgamento; contudo, o uso da expressão em Jó 26.7 e Isaías 45.18 não sugere isto.
Os proponentes da teoria da lacuna fazem uma distinção entre os verbos hebraicos bara (Gn 1.1), sugerindo o significado de uma criação ex nihilo (do nada), enquanto que asa (Gn 1.7, 16, 25) significaria uma recriação. Um estudo cuidadoso destes dois verbos revela que são usados de maneira intercambiável; asa não significa recriação.
Criação Fiat – Dias literais de vinte e quatro horas. A posição que Deus criou em dias de vinte e quatro horas – Deus criou diretamente e instantaneamente.
Os criacionistas literais defendem uma Terra Jovem, aproximadamente com uma idade de 10.000 anos.
Formações geológicas podem ser explicadas através do dilúvio Noáico.
Todas as formas de evolução são rejeitadas pelos criacionistas fiat.
As bases para a criação em dias de 24 horas é o relato bíblico de Gênesis 1 e 2:
Deus criou o homem diretamente (Gn 1.27; 2.7; 5.1; Dt 4.32). Gênesis 1.27 é a declaração geral, enquanto 2.7 provê detalhes adicionais sobre como Deus criou o homem. A declaração em 2.7 também explica a maneira de Deus criar – Ele criou do pó da terra. Cristo afirmou a mesma verdade.
Deus criou os gêneros masculinos e femininos (Gn 1.27), eles foram criados de uma forma direta, e não por processos evolutivos.
Deus criou em seis dias de 24 horas.
A palavra hebraica dia (yom) com um numeral sempre designa um dia de 24 horas.
A expressão “tarde e manhã” (Gn 1.5,8,13,19,23,31) enfatiza um dia de 24 horas. Sugerir qualquer forma de conceito de dia-era envolve uma negação do significado normal destas palavras.
Êxodo 20.9-11 é uma referência a dias de 24 horas.
A Bíblia:
Adão – o primeiro homem. “O homem é coroa da criação. Todas as grandes ideias são raios de sol de sua inteligência” – J. S. Monti
O homem foi criado para glorificar a Deus (1 Co 11.7). Uma das mais belas declarações acerca da criação divina partiu da lavra de Tomás de Aquino: “A criação é a voz do Verbo, e todas as criaturas são como um coro de vozes que repete o mesmo verbo”.
Deus fez o homem perfeito, no princípio; mas o homem meteu-se em muitas invenções (Ec 7.2). A pior delas foi a que resultou no pecado. Um só pecador destrói muitas coisas boas (Ec 9.18).
Com respeito a criação do homem, faz Juan de Solórzano um comentário bastante interessante: “O homem necessita sempre de um pouco de barro para não esquecer a sua origem”