Criar uma Loja Virtual Grátis
HAMARTIOLOGIA

O que a Bíblia diz sobre o pecado
HAMARTIOLOGIA
INTRODUÇÃO:
Definição da Matéria:
É de Sócrates a frase "se queres conversar comigo, define primeiro tuas palavras"
Hamartiologia (hamartia: errar o alvo, fracassar+logia: estudo, tratado). É o estudo teológico que trata sobre o pecado: seu conceito, sua origem, sua natureza, sua realidade, sua universalidade, suas consequências e seu remédio. Nossa fonte de conhecimento é a Bíblia Sagrada.
A Importância da Matéria.
Fica estabelecida a importância do estudo do pecado na sua gravidade: O Pecado é contra Deus. A sombra do pecado está sobre cada aspecto da existência humana. Fora de nós, o pecado é um inimigo que seduz; por dentro, compele-nos ao mal. A incredulidade é o pecado que exclui Deus da alma e que, caso o indivíduo persista nele, excluirá a alma eternamente de Deus.
Fica estabelecida a importância do estudo do pecado porque as trevas do pecado demonstram num nítido e terrível contraste – a glória de Deus. O ensino bíblico a respeito do pecado apresenta nitidamente dupla face: a depravação abissal da humanidade e a sobrepujante glória de Deus.
A Relação da Hamartiologia com a Teologia Sistemática.
A Doutrina de Deus. O estuda da natureza divina deve considerar o controle providencial de Deus sobre um mundo amaldiçoado pelo pecado. O universo foi criado bom, mas agora geme, ansiando pela redenção.
A Doutrina do Homem. O estudo da humanidade deve considerar a natureza humana, que se tornou grotescamente desumana e desnaturada.
A Doutrina de Cristo. A doutrina de Cristo depara-se com a pergunta de como a natureza plenamente humana do Filho de Deus, nascido de uma virgem, pode ser totalmente impecável.
A Doutrina da Salvação. O estuda da salvação deve declarar não somente para qual destino a humanidade é salva, mas também de qual destino foi resgatada.
A Doutrina do Espírito Santo. A doutrina do Espírito Santo deve considerar a convicção e a santificação, levando em consideração a carne pecaminosa.
A Doutrina da Igreja. Deve adaptar seu ministério a essa humanidade distorcida pelo pecado, dentro e fora da Igreja.
A Doutrina das Últimas Coisas. O estudo dos tempos do fim precisa descrever, e também defender, o juízo divino contra os pecadores ao mesmo tempo em que aponta o fim do pecado.
A Relação da Hamartiologia com a Teologia Prática:
Cabe à Teologia Prática evangelizar, aconselhar, educar, governar a Igreja, influir na sociedade e encorajar a santidade a despeito do pecado.
O QUE É O PECADO
Termos Originais que descrevem o pecado:
Termos hebraicos:
Chatta’th: Errar o alvo (Jz20. 16: Pv 19.2)
‘Awon: “iniquidade”, proveniente da ideia de “ser torto” ou “pervertido”(Is 43.24)
‘Avar: Ir além de uma fronteira (Nm 14,41; Dt 17.2).
Resha’: “coisa errada” (Pv 11.10) ou “injustiça” (Pv 28.3,4)
Termos gregos:
Anomia (sig. “sem lei”, ou “ilegalidade”): Literalmente “ir além do limite” (Rm 4.15). Transgressão ou violação da lei divina, desordem, anarquia= rebelião contra Deus (1 Jo 3.4b, 8,9). Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua alma.
“Pecar é incompatível com o permanecer em Cristo que o cristão experimenta. O espírito de ilegalidade também é incompatível com a guarda dos mandamentos de Deus.”
Parabasis: “Passar além”. Violar um padrão.
Asebeia: Impiedade, insensibilidade espiritual que resulta em pecado grosseiro (Jd 4) e grande condenação (1 Pe 2.5; 3.7)
Adikia: Injustiça ou ilegalidade(1 Jo 5.17a)
Termos relacionados ao pecado:
Delito contra Deus (Ef 2.1).
Dívida contra Deus (Mt 6.12; Lc 11.4).O homem deve a Deus a guarda dos seus mandamentos;Todo pecado cometido é uma contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperançado homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida.
Sei que, nenhum deles, por mais rico que seja, pode salvar seu irmão da morte e pagar a Deus o preço da salvação. O preço de uma alma é tão grande, que nem se pode pensar em pagar para continuar vivendo eternamente, sem enfrentar a morte. (Sl 49.7,8 Bíblia Viva)
“Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz”.(Cl 2.13-15 NVI)
Iniquidade (At 8.23; 1 Jo 5.17 ARA).
Queda: Ou falta, ou cair para um lado (Ef 1.7) Pecar é cair de um padrão de conduta.
Desobediência (Hb 2.2). Literalmente “ouvir mal”; Ouvir com falta de atenção (Hb2. 2)
“Vede como ouvis” (Lc 8.18)
Derrota: Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus (Rm 11.12).
Impiedade, de uma palavra que significa “sem adoração, ou reverência”. O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e às coisas sagradas.
Incredulidade (Jo 16.9; Hb3. 12). Todo pecado tem sua raiz na incredulidade.
Definições Teológicas:
“Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus”.
“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei; porque o pecado é a transgressão da lei.” – Apóstolo João (1 Jo 3.4)
“É uma revolta contra Deus, o estabelecimento de uma independência falsa, a substituição de uma vida para Deus por uma vida para si.” – Billy Grahan.
“Essa é, talvez, a definição mais comum do pecado. A lei fixa a linha divisória entre o pecado e o mal, e qualquer passo que a transponha,é pecado. A lei de que Deus fala não pode ser outra senão a sua própria, qualquer traspasso além da fronteira da lei de Deus é pecado.”
– Cogswell.
“O pecado é um estado mau da alma.” – Langston.
“Qualquer coisa contrária ao caráter de Deus”. – Ryrie
“O pecado sempre é amoral ou imoral”. –William Temple
“É a falta de conformidade com a lei moral de Deus, seja em ato, disposição ou estado.”
– Berkhof
“O pecado é o amor de si mesmo até o desprezo de Deus.” – Agostinho
TERMOS TEOLÓGICOS RELACIONADOS AO PECADO
Pecado Capital: Expressão com que a Igreja Católica designa diversos pecados: Orgulho, ódio, inveja, impureza, gula, preguiça e avareza.
Pecado Venial (do lat. veniale, de vênia: desculpável) Segundo a teologia Romana, é o pecado que nãoleva a morte. Ou seja: é o pecado cometido por fraqueza, sem a intenção de resistir à vontade de Deus.
Imputação do Pecado: Consequências do pecado que recaem sobre terceiros. Exemplo: A transgressão de Adão que recaiu sobre seus descendentes.
Pecado Mortal ou Pecado para a Morte: Deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina (Hb 10.27).
Peccatum habituale acquisitum: Loc. lat.: Disposição adquirida para pecar.
Peccatum in Spiritum: Loc. lat.: Pecado contra o Espírito Santo.
Peccatum Originale: Loc. lat.: Pecado Original.
TEORIAS SOBRE O PECADO:
O Ateísmo: Assim descreve o salmista o ateu: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras...” Ao negar a Deus, nega também o pecado, porque estritamente falando, todo pecado é contra Deus; E se não há Deus, não há pecado.
“Contra ti, contra ti somente pequei” (Sl 51.4)
“Pai, pequei contra o céu e perante ti” (Lc 15.18)
O Determinismo ou Fatalismo: É a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma realidade... o homem é simplesmente um escravo das circunstâncias; De acordo com o determinismo, o homem quando peca, nenhuma culpa têm, porquanto não passa de um mero produto de um destino cego e implacável. Como disse Miguel de Cervantes: “O que o céu determinou que sucedesse, não há diligência nem sabedoria humana que possa prevenir.” Apesar da poesia que cerca essa declaração, o romancista espanhol acaba por tirar do homem toda a responsabilidade moral. Deus possa a ser o responsável por nossas ações.
“Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal... escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30.15,19 )
“Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá.” (Gl 6.7 NTLH)
O Hedonismo: (gr.prazer). É a teoria que sustenta que o melhor ou mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga da dor. O hedonista não pergunta “Isto é certo?”- mas “Isto trará prazer?”.
ALGUNS LEMAS DO HEDONISMO:
“... É uma fraqueza inofensiva”
“É pequeno desvio”
“É mania do prazer”
“É fogo da juventude”
“Errar é humano”
“O que é natural é belo e o que é belo é direito”
“O homem deve libertar suas inibições, ceder à tentação porque reprimi-la é prejudicial à saúde”.
Porém a Bíblia condena este tipo de relativismo moral:
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” ( Is 5:20)
A Ciência Cristã.
Esta seita nega a realidade do pecado, nega que o pecado tenha existência real e afirmam que é apenas um “erro da mente”. O homem pensa que o pecado é real, por conseguinte, seu pensamento necessita de correção. As Escrituras denunciam o pecado como uma violação positiva da Palavra de Deus, como uma verdadeira ofensa que merece castigo real num inferno real. Outros segmentos que aderem a essa forma de tratar o pecado são: o Hinduísmo, o Budismo, o Pensamento Positivo e o Movimento Nova Era.
O Dualismo:
A crença de que há uma luta entre forças preexistentes iguais – os deuses do bem e do mal. O pecado é o eterno princípio do Dualismo, sendo o mal uma entidade externa a Deus e independente Dele. As duas forças cósmicas, com sua luta, são a causa da pecaminosidade na esfera temporal. O mal está na matéria. Essa ideia aparece nas religiões do Oriente Próximo antigo, como o gnosticismo, o maniqueísmo e o zoroastrismo.
O Evolucionismo:
Considera o pecado como herança do animalismo primitivo do homem. Desse modo o evolucionismo, em lugar de exortar a gente a deixar o “velho homem” deviam admoestá-lo a que deixassem o “velho macaco” ou o “velho tigre”. Os animais não pecam, agem por instinto. Quando a evolução tiver tido tempo suficiente para nos ajudar a progredir, a ilusão do pecado desaparecerá.
O Modernismo Teológico: Dois males causou o modernismo teológico: extraiu da Bíblia o sobrenatural; e do pecado, sua gravidade. A pergunta: “Como o homem se tornou pecador”? Responde Barth: “Não por uma queda do primeiro homem. A entrada do pecado no mundo, por Adão, não é um evento físico-histórico em qualquer sentido” Isso, naturalmente, significa que o pecado não começou por uma livre escolha pela qual o homem preferiu desobedecer à lei divina. De fato, segundo Barth, o pecado pertence à natureza do homem como um ser criado. Desse modo, na qualidade de homem, até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo foi carne pecaminosa — afirma Barth irreverentemente.
Tudo quanto é criado é pecaminoso, e o crente é tão pecaminoso quanto o mais iníquo dos homens. Segundo Barth, “o pecado habitou, habita e habitará no corpo mortal enquanto o tempo for tempo, o homem for homem e o mundo for mundo”.
A Teologia da Libertação entende que o pecado é a opressão de um grupo da sociedade por outro.
Não vemos esperança de real salvação para os neomodernistas, uma vez que crêem na Bíblia e em Deus ao seu próprio modo. Na realidade, eles mutilam a Bíblia e descrêem de Deus.
A NATUREZA DO PECADO
Ao descrever a natureza do pecado, ponderou Elisha Cole: “A única coisa assustadora é o pecado.”
Medo e Vergonha.
“Na tarde desse mesmo dia, ouviram o som produzido pelo Senhor Deus que passeava no jardim no frescor do dia. Os dois ficaram escondidos entre as árvores. O Senhor Deus chamou Adão: "Por que você se escondeu?" Adão respondeu: "Percebi que o Senhor vinha vindo e não queria que me visse nu. Por isso me escondi." (Gn 3. 8-10 Bíblia Viva)
“A ti, ó Senhor, pertence à justiça, mas a nós, o corar de vergonha”. – Profeta Daniel (Dn 9.7)
“O rubor da face é o alarme da natureza diante da aproximação insidiosa do pecado e seu testemunho à dignidade e virtude”. – Thomas Fuller.
“Mísero que sou, muito tempo porque muito fiz maldosamente; vivo agora torturado pelo medo do meu próprio exemplo”. – Ovídio
Culpa.
“A mulher acreditou nisso. Então achou que a fruta era boa para comer. Agora a árvore parecia tão bonita! E parecia boa até para dar sabedoria! Pensando assim, ela apanhou uma fruta e comeu. Deu ao marido, e ele comeu também. Mal acabaram de comer, ficaram conscientes da nudez em que estavam, e se encheram de vergonha. Então juntaram folhas de figueira e fizeram aventais para se cobrir.” (Gn 3.6,7 Bíblia Viva).
Cegueira Espiritual.
“Satanás, o deus deste mundo pecaminoso, o fez cego, incapaz de ver a glória do Evangelho que está brilhando sobre ele, ou de compreender a mensagem maravilhosa que pregamos acerca da glória de Cristo, que é Deus.” (2 Co 4.4 Bíblia Viva)
Morte.
“Mas agora vocês foram libertados do pecado e são escravos de Deus. Com isso vocês ganham uma vida completamente dedicada a ele, e o resultado é que vocês terão a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor.”(Rm 6.22,23)
A DIMENSÃO DO PECADO
Há quem pense, creia e ensine que pecado não tem tamanho, ou seja, todo o pecado é igual, entretanto, podemos verificar na Bíblia que não é assim, havendo, portanto, à luz da justiça de Deus várias graduações de pecado, como veremos nos próximos exemplos, e passagens bíblicas:
Referindo-se a Sodoma e Gomorra, Deus diz: “O seu pecado se tem agravado muito” (Gn 18:20).
Concernente ao bezerro de ouro, Moisés disse: “Vós cometestes grande pecado” e “Este povo cometeu grande pecado”, (Êx 32:30-31).
Alguém pode pecar mais do que seus pais, (Jr 7:26, 16:12).
A iniquidade (pecado) pode multiplicar-se, Ed 9:6.
Vejamos (Mt 10:14-15, 11:20-24; Lc 10:10-15) se haverá mais rigor para alguns, significa que, de uma forma ou de outra, seu pecado é maior.
Vejamos também, (Lc 12:35-48).
No episódio da negação de Jesus, Pedro se aprofundou no pecado, (Mt 26:74).
O pecado de Judas, segundo Jesus Cristo, é maior do que o pecado de Pilatos, (João 19:11).
Os pecadores podem agravar os seus pecados, (2 Tm 3:13).
Quem conhece a verdade, ao pecar é pior (maior pecador, comete pecado maior) do que quem não a conhece, (2 Pd 2:20).
A ORIGEM DO PECADO.
Conceitos Históricos sobre a origem do Pecado:
Irineu: Bispo de Lyon assegurava que o pecado no mundo se originou na transgressão voluntária do homem no Éden.
O Gnosticismo: Ensinava que o contato da alma humana com a matéria era que a tornava imediatamente pecadora.
Orígenes (185-254 d.C.): Sustentou este mesmo ponto de vista por meio de sua autoria chamada “preexistencialismo”. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente em existência prévia, e, portanto, todas entraram no mundo numa condição pecaminosa. Este conceito de Orígenes sofreu forte oposição mesmo nos seus dias. Esta idéia platônica estava tão sobrecarregada de dificuldades que não pôde encontrar aceitação geral.
Os Pais da Igreja Grega (Séc. III e IV): Negavam a relação direta entre o pecado de Adão e seus descendentes.
Os Pais da Igreja Latina: Ensinaram com bastante clareza que a presente condição pecaminosa do homem encontra sua explicação na primeira transgressão de Adão no Éden.
Agostinho: Ele insistiu no ensino de que em Adão toda a humanidade se acha culpada e maculada.
Os Teólogos Semipelagianos: Admitiam que a mancha do pecado, e não o pecado mesmo, é que era causada pelo relacionamento “Humanidade – Adão”.
Na Idade Média: O que prevalecia era uma mistura de agostinismo e pelagianismo.
Os Reformadores: Seguiam o agostinismo.
O Racionalismo. Admite que Adão foi o primeiro pecador, mas que o seu pecado em nada afetou o mundo.
Deus não é o Autor do pecado (Is 45.7; Jó 34.10 Tg 1.13.): Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém.
O Pecado de Lúcifer: Em 1 Jo 3.8, escreve João que o diabo peca desde o princípio; ele jamais se firmou na verdade (Jo 8.44). Dotado de livre-arbítrio, envaideceu-se até que, em si foi achada iniquidade (Ez 28.15). O pecado de satanás foi o orgulho (1 Tm 3.6). Por ser a primeira criatura moral a revoltar-se contra o Senhor, foi satanás denunciado como o autor de pecado.
“O orgulho tem contribuído para que... anjos sejam transformados em demônios.”
– Agostinho
“Lograr proeminência, e não ser orgulhoso, é procedimento tão raro que nem o primeiro anjo o teve no céu, nem o primeiro homem o demonstrou no paraíso.” – Antônio Vieira
O Pecado dos Anjos: Alguns anjos seguiram a satanás em seu pecado.
O Pecado de Adão. Através do livre-arbítrio optou o homem por desobedecer a Deus; seria constrangido, entretanto, a arcar com todas as consequências do pecado.
O PECADO ORIGINAL OU CONGÊNITO
“Toda a humanidade nasceu fora do Éden, símbolo da comunhão com Deus.”
Definição:
É o pecado congênito, inato, herdado de Adão (Sl 51.5; 58.3; Rm 7.18; 1 Jo 1. 7).
É a transgressão que o ser humano carrega, no âmago da alma, desde o nascimento; é a privação da santidade e da justiça originais que, em Adão, habitavam plenamente.
O pecado original não consistiu na relação sexual entre Adão e Eva; a ordem a que se multiplicassem fora-lhes dada antes de haverem eles caído na apostasia.
“O pecado original está em nós como a barba. Barbeamo-nos hoje, parecemos apresentáveis e nosso rosto está limpo; amanhã nossa barba cresce de novo, e não para de crescer enquanto permanecemos na terra. De maneira semelhante, o pecado original não pode ser extirpado de nós; ele brotará em nós enquanto vivermos”. – Martinho Lutero
Implicações do pecado original:
No Catecismo Maior de Westminster, lemos: “Caiu todo o gênero humano na primeira transgressão? O pacto, sendo feito em Adão, como representante, não para si somente, mas para toda a sua posteridade, todo o gênero humano, descendendo dele por geração ordinária, pecou nele e caiu com ele na primeira transgressão.”
Análise Bíblica sobre o Pecado Original:
Solidariedade: Toda a humanidade, em algum sentido, está unida ou vinculada, como numa única entidade, a Adão. (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21,22)
Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes; e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são passíveis de punição e morte. É primariamente nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”.
Corrupção: A natureza corrupta produzindo filhos corruptos é a melhor explicação da universalidade do pecado.
A pecaminosidade de todos. Romanos 5.12, 18 e 19 declaram que “todos pecaram”.
A Salvação das Crianças. As crianças, antes da idade de responsabilidade ou consentimento moral (a idade cronológica provavelmente varia com o indivíduo), não são culpadas. As crianças não têm o conhecimento de bem e do mal (Dt 1.39; Gn 2.17).
Várias teorias tenta explicar a salvação das crianças:
A eleição Condicional dentro do calvinismo.
O batismo das crianças dentro do sacramentalismo.
A fé preconsciente.
A presciência de Deus de como a criança teria vivido.
A graciosidade específica de Deus para com as crianças.
Adão e Cristo:
Adão, como o primeiro homem na história da humanidade, “é a figura daquele que havia de vir’’ (Rm 5.14c).
Cristo é o primeiro da nova criação. Pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça, o dom abundou por um só homem, Jesus Cristo (Rm 5.15).
Adão foi feito alma vivente (Gn 2.7). Jesus Cristo é chamado "o último Adão em espírito vivificante" (1 Co 15.45b). Como espírito vivificante, Ele tem poder de dar a vida pelas ovelhas (Jo 10.11).
Pela desobediência de Adão muitos foram feitos pecadores; pela obediência de um, que é Jesus Cristo, muitos serão feitos justos (Rm 5.19).
O pecado de Adão impediu o caminho do paraíso, porque um querubim foi posto ali com uma espada inflamada. O Senhor Jesus abriu um caminho novo e vivo para o Santuário de Deus (Hb 10.20). Ele é o caminho para o céu.

M U I T O M A I S E M C R I S T O (R M 5 )
Se no primeiro Adão recebemos condenação No segundo, temos muito mais - salvação (v. 9).
Se no primeiro Adão recebemos inimizade, No segundo, temos muito mais - reconciliação (v.10).
Se no primeiro Adão recebemos ofensa, No segundo, temos muito mais – graça.
Se no primeiro Adão recebemos a morte No segundo, temos muito mais - vida (v. 17).
"Há dois homens — Adão e Jesus Cristo — e todos os outros homens estão pendurados nos cinturões deles dois." – Thomas Goodwin
A realidade do pecado original: Não há ser humano, por mais incorruptível, que não haja sido contaminado pelo pecado original (Sl 51.15; 58.3;Jó 14.4; Ef 2.3).
O PECADO ATUAL OU PRATICADO
Definição:
É o pecado como estado do ser humano (1 Jo 1.9). O pecado original vem sempre no singular, já o pecado atual vem citado no plural. É chamado de “Pecado Pessoal”, o pecado é cometido por indivíduos. Errar o alvo também implica atingir o alvo errado.
Penalidade: Perda de comunhão.
Remédio:
Perdão.
Justificação.
A PRÁTICA DO PECADO:
Pecado por comissão: (Tg 1.15).
Pecado por omissão: (Tg 4.17) Aqui passamos do lado negativo para o lado positivo da vida cristã, e aprendemos que deixar por fazer aquilo que sabemos competir-nos, é pecar. Suponhamos que, do presente momento em diante, nunca mais praticássemos qualquer mal, nem prejudicássemos de nenhuma forma nosso semelhante, viveríamos sem pecar?Não, pois nosso pecado apareceria no fato de não fazermos todo o bem que deveríamos fazer.
A REALIDADE DO PECADO
“As Escrituras declaram, a observação descobre e a experiência humana comprova o fato do pecado.”
Um fato da Revelação. (Rm 3.23; 5.12; Gl 3.22; Ec 7.20)
Um fato da Observação. Para quem tem olhos para ver, o pecado por toda parte é manifesto. Realmente deve estar cego quem não vê as operações arruinantes, brutalizantes e bestiais do pecado, no mundo da vida humana. Um único exemplar de jornal, uma única visita às instituições públicas de uma cidade grande cidade, um simples passeio a pé por suas populosas avenidas, é suficientes para revelar as formas hediondas que o pecado assume, e convence a qualquer pessoa de sua realidade.
Um fato da experiência humana. A consciência testifica inequivocamente da realidade do pecado. Todos sabem que são pecadores. Ninguém, que tenha idade de responsabilidade, tem vivido livre do senso de culpa pessoal e contaminação moral. O remorso da consciência, por causa do mal praticado, persegue a todos os filhos de Adão. (Is 6.5; 1 Tm1.15; Js 7.20; Jr17.1; Lc 5.8; Jó 40.4)
A UNIVERSALIDADE DO PECADO
Quanto à pecaminosidade da raça humana, Paulo é irretorquível: “Assim todos morrem em Adão” ( 1 Co 15.22) Todos estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23). Sêneca afiança: “os homens odeiam seus pecados, mas não conseguem abandoná-los”. O pecado não é algo local, é uma epidemia universal e da necessidade de reconciliação com um Ser Supremo. Há um sentimento generalizado de que os deuses estão ofendidos e de que algo deve ser feito para apaziguá-los. Os altares banhados de sangue e as frequentes confissões de agravo, feitas por pessoas que buscam livrar-se do mal, apontam conjuntamente para o conhecimento do pecado e da gravidade dele. Onde quer que os missionários se encontrem, apodera-se deles a certeza de que o pecado é um flagelo universal.
Quase todas as religiões pagãs dão testemunho de um conhecimento universal do pecado.
Os Judeus. Apesar das promessas recebidas por intermédio dos profetas, os judeus excederam os gentios em maldade (Jr 2.11) Diante de tanto fracasso, ponderaria Agostinho: “Somos capazes de cometer todos os pecados que observamos em nosso vizinho, a menos que a graça divina nos contenha.”
Os Gentios. Quando lemos o primeiro capítulo da Epístola aos Romanos, assustamo-nos com o desregramento das nações pagãs. Volvendo à própria miséria, afirmou o poeta Romano, Ovídio: “Vejo e aprovo o que é melhor, mas sigo o que é pior.”
CONSEQUÊNCIAS GERAIS DO PECADO
“O salário do pecado nunca foi reduzido”. – Paul E.Holdcrat
“O pecado permeou todo o universo, incluindo cada reino, na criação e afetando cada raça e espécie entre as criaturas, com resultados funestos.”
“O pecado não é um brinquedo – é um tirano”. J.Blanchard
Ele inquieta e aflige o pecador (Is 48.22; Jr 2.19; Lm 3.3).
Interrompe a comunhão com Deus (Is 59.2).
Escraviza o pecador (Jo 8.34; Rm 7.24).
Desfiguração da imagem divina: O homem não perdeu completamente a imagem divina, porque ainda em sua posição decaída é considerado uma criatura à imagem de Deus (Gn 9.6; Tg 3.9). Apesar de não estar inteiramente perdida, a imagem divina no homem encontra-se muito desfigurada.
Morte física prematura (1 Jo 5.16)
Exclui o homem do céu (1 Co 6.9,10; Ap 22.15)
O pecado tem afetado os céus, a terra e seus habitantes:
Os céus: (Ef 6.11,12; Is 14.12-15; Jó 1.6; Zc 3.1; Lc 10.18)
A Terra:
O reino vegetal: (Gn 3.17,18; Is 55.13)
O reino animal: (Gn 9.1-3;Is 11.6-9)
A humanidade:
Todos pecaram (Rm 3.10,23; Ec 7.20)
Todos são culpados perante Deus (Rm 3.19; Gl 3.10)
Os homens são filhos da ira (Ef 2.3)
Afastados de Deus (Ef 4.18; 1 Co 2.14)
Corruptos e enganosos quanto à sua natureza (Jr 17.9)
Escravizados pelo pecado e mortos no pecado (Rm 6.17; Ef 2.1)
Seus corpos debilitados e condenados à morte (2 Co 4.7; Rm 8.11)
Aviltados em seu caráter e conduta (Tt 3.3; Ef 2.3)
Conduz à morte eterna. (Rm 6.23).
Wilson de Jesus Alves.

Foto de Examinai as Escrituras.