O NASCIMENTO DE JESUS
Texto Bíblico: Mateus 2.1-23
BELÉM:
Belém da Judéia (v.1). Para distingui-la da Belém de Zebulom (Js 19.15). O nome distintivo ocorre também em Rt 1.1.
Em Dias Do Rei Herodes:
Herodes: Era um descendente de Esaú.
Começou a reinar em 37 a.C, e morreu pelo ano 4 a.C.
Os romanos chamaram-no Rei dos Judeus.
A VISITA DOS MAGOS
Quem era os Magos:
Não sabemos se eram três, nem se eram reis, mas vemos que eram sábios e vieram do Oriente.
As lendas populares atribuíram nomes a estes magos, Eles são conhecidos como Gaspar, Melquior e Baltazar fazendo deles três reis orientais, um veio da Grécia, outro da Índia e ainda outro do Egito; talvez o número de presentes (v.11). E uma aplicação do Salmo 72.10,11.
Tudo isso pertence tanto à ficção com as descrições de sua viagem, seu batismo depois por Tomé, a descoberta de seus ossos no século IV, os ossos transferidos para a Igreja de Sta. Sofia, em Constantinopla, despois levados para Milão, e, por fim, transportados por Frederico Barbarossa, para Colônia, onde os três crânios dos magos (?) estão guardados em um santuário de ouro!
O evangelista registrou este incidente para deixar claro que o Salvador veio procurar gentios e não somente judeus. Queria também que ficasse bem patente aos seus compatriotas que a adoração do Menino Jesus pelos magos prenunciava a aceitação universal de Cristo. Quanto à perseguição movida pelo rei contra o infante, prenunciava a rejeição posterior de Cristo pelo povo de Israel (Mt 8.5; 10-12; At 13.46,47).
Eram astrólogos ou mágicos; as vezes o termo incluía:
Os que trabalhavam em outras ciências, as quais na época tinham pouco a ver com o “espírito científico”, e incluíam a superstição, a magia e impostura.
Eram membros da classe sacerdotal da Babilônia e da Pérsia, especialistas no estudo das estrelas e interpretação de sonhos.
Como chegaram a ter o conhecimento do Messias de Israel?
Talvez através dos judeus que moravam na Babilônia.
Ou através de seus ancestrais, que tivesse conhecimento da profecia de Balaão.
Ou através de Daniel, chefe dos magos, que predissera a vinda do Messias e a instalação do seu reinado.
Eram pesquisadores: Buscavam a Deus com toda a sinceridade, esforçando-se por achar as suas verdades nas estrelas. Naturalmente foram à capital religiosa de Israel procurar mais informações.
O comentário que os antigos pais da igreja fizeram sobre esta cena, é que representa a astrologia e a magia curvando-se perante Cristo, reconhecendo que a iluminação de Cristo dissipa as trevas da falsa sabedoria.
Guiados Por Uma Estrela.
O astrônomo Kepler calcula que se trata da conjunção de Júpiter e Saturno na constelação de Peixe, em 7 a.C. Outros sugerem que se tratava de alguma estrela variável, com seu surgimento e desaparecimento periódicos, uma das quais foi notada pelos chineses em 4 a.C. Os magos, como astrólogos, teriam se interessado imediatamente. O certo é que Deus concedeu no tempo apropriado a visão da estrela prometida em Números 24.17. Nas Escrituras, a estrela é o símbolo do Grande Rei (Nm 24.17). Infelizmente, a estrela messiânica em Nm 24.17 seria aplicada pelos judeus a um falso messias em 135 d.C. Nessa ocasião, deram-lhe o nome de Barkhoba que quer dizer “filho da estrela”,
O nascimento do Menino Jesus foi anunciado aos gentios mediante o aparecimento de uma estrela singular.
Números 24.17 fala de “uma estrela de Jacó”. A palavra “estrela” sugere a origem celeste de Cristo, e “de Jacó”, a terrestre. Como conciliar tais declarações? Jesus, pelo nascimento virginal, era ao mesmo tempo Filho de Deus e Filho do Homem. Concebido pelo Espírito Santo, era “Estrela”; nascido de Maria, era “da casa de Jacó”.
Tendo tido a revelação referente a um menino que havia de “nascer rei”. Geralmente quem vai ser rei nasce príncipe herdeiro.
Há muitas coisas que são como estrelas do oriente para conduzir-nos a Cristo:
A estrela da natureza: as grandes obras de Deus, o sol, a lua, as montanhas, os rios, os mares (Sl 19.1-6).
A estrela do anelo da alma pedindo luz; o rogo do célebre Goethe ao morrer: “Mais luz” é o rogo insaciável da alma fora de Deus.
A profunda necessidade de perdão e reconciliação com Deus é como uma estrela que leva os homens ao Criador.
O clamor da alma nas aflições.
A aspiração contínua do coração pelo amor.
A estrela da experiência, daquilo que Deus já fez para nós.
A estrela da esperança da redenção do mundo.
A Homenagem Dos Magos.
Viram: Para eles, a aceitação de Jesus, era um ato de fé, porque aquele recém-nascido tão especial era, na aparência um nenê comum. Nada havia nele que sugerisse reivindicações reais. Os magos, porém, estavam andando pela fé e não pela vista.
Adoraram:
Não adoraram a estrela. Atingindo o alvo, os magos adoraram a Cristo; não a estrela, que era apenas um meio e não um fim em si mesma. É perigoso colocarmos acima do Salvador os meios que nos levaram a Ele. Nos seus livros e tratados, os devotos das seitas falsas exaltam seus falsos profetas e menos prezam o Senhor. Tivessem os magos feito imagem da estrela para adorá-la, jamais teriam entrado em contato com o Salvador da humanidade e, em sua idolatria, haveriam de perecer.
Não adoraram a Herodes, apesar da sua grandeza.
Não adoraram a mãe: Notemos, nos versículos 11, 13 e 20: o Menino é mencionado antes de Maria. Temos aqui um nenê que é mais importante que a mãe. Notemos também que os magos não adoraram a Maria, somente ao Menino. Não há justificativa bíblica à veneração que certos segmentos do cristianismo prestam a Maria. Muitos hoje – modernistas, céticos e outros – erguem o chapéu respeitosamente ao falaram de Cristo, e o fazem de forma eloquente. No entanto, o que Cristo requer de nós não são expressões de admiração, mas joelhos curvados e adoração verdadeira.
Adoraram somente ao Menino: A lição sugere a primazia de Cristo sobre todas as coisas.
Ofertaram: A adoração incluía presentes significativos:
Ouro: Simbolizando realeza, significa que Cristo reinará como rei.
Incenso: A divindade e o sacerdócio de Cristo.
Mirra: O Sacrifício, a mirra é uma substância amarga, e aponta para a morte de Cristo.
Além do simbolismo, é claro que eram presentes valiosos, ofertados para aquele que era reconhecido, no mínimo, como futuro rei de Israel.
Jesus não está mais na manjedoura da estalagem, mas em casa. (2.11): Alguns entendem que já tinha um ano de idade, e que Maria, depois de passar 12 meses em Nazaré, estava de visita em Belém pela segunda vez (2.16).
A contagem judaica usaria o termo “de dois anos para baixo” para as crianças até um ano completo de idade.
A Sua Obediência À Ordem Divina (V.13)
O texto grego dá a entender que eles consultaram a Deus.
Tanto os magos como José e Maria, foram desviados do caminho de Herodes, pela mensagem mandada por Deus.
A OPOSIÇÃO DE HERODES
A Perturbação E A Oposição De Herodes, O Grande, que já estava reinado havia 40 anos na Judéia.
A informação dos sacerdotes e escribas: Instruídos na verdade, mas indiferentes à sua aplicação.
A astúcia do rei. Já inteirado dos fatos, Herodes convocou uma reunião com os líderes religiosos, que lhe informaram: segundo as profecias, o Cristo nasceria em Belém. Com hipocrisia sem igual, Herodes pede aos magos que lhe tragam notícias a fim de que também possa ele adorar o Menino.
MIQUÉIASS 5.2
F.W. Grant observa que no versículo 6 os sacerdotes e escribas não citam Miquéias 5.2 textualmente, pois trocaram a palavra “reinar” por “pastorear”. Ele pensa que isso pode ser para reprovar o rei Herodes, que estava muito longe de ser um pastor para seu povo. Porém pode também ter sido para não pensar que qualquer outro reinasse em Israel senão ele mesmo.
Pesquisar as Escrituras: Nem todos examinam as Escrituras com a mesma motivação:
Herodes é exemplo daqueles que estudam as Escrituras com espírito de oposição e intuito único de buscar oportunidades para causar prejuízo ao próximo. A pesquisa bíblica conduzida nesse espírito jamais levará à verdade.
Os escribas representam aqueles que estudam as Escrituras de modo puramente intelectual, sem o desejo de praticar as suas verdades. Esta armadilha espreita o estudioso do Livro Santo.
Os magos exemplificam os pesquisadores que têm por objetivo conhecer a Deus e cumprir a sua vontade.
Aplicação:
Neste mundo um poder maligno costuma opor-se ao Sumo Bem.
Um governador iníquo pode ter receio de uma criança santa nascida “rei”.
Jesus é digno de nossa adoração e nossas dádivas.
Convém mais obedecer a Deus que a homens.
A FUGA PARA O EGITO (13-18)
Nestes dois capítulos um anjo do Senhor fala três vezes a José – mas sempre em sonhos.
Na segunda vez (v.13) mandou-lhe fugir para o Egito “até que eu te diga”; assim mais uma profecia se cumpre (Os 11.1).
Lendo em Oséias, o trecho parece, à primeira vista, não ter nenhuma referência ao Messias, mas quando examinamos a literatura judaica verificamos que Êxodo 4.23, sobre o qual Oséias é baseado “era aplicado pela antiga sinagoga ao Messias”.
O máximo que José e Maria podiam ter passado no Egito, seria um período de dois anos, quando então receberam a ordem divina de voltar (v.15).
A MATANÇA DOS INOCENTES
O Caráter De Herodes: Era um homem cruel, bárbaro, sanguinário.
As Crueldades De Herodes:
Herodes, irritado, manda os inocentes, e, inconscientemente, cumpre outra profecia (Jr 31.15). Edersheim calcula que o número de meninos mortos por Herodes em Belém e arredores poderia ser de uns 20. Um número relativamente pequeno, em vista do grande número de assassinatos que esse rei mandou cometer durante seu longo reinado:
Na própria família mandou matar Hicarno, avô de sua mulher, Mariana, a própria Mariana.
Ele matou seus dois filhos: Alexandre e Aristóbulo.
E, apenas cinco dias antes do seu próprio falecimento, a seu filho primogênito Antipater, e outros.
Herodes teve um fim horrível: foi comido por vermes. Compare a sua experiência à de seu neto Herodes Agripa (At 12.1-3; 20-24).
Raquel, mulher predileta de Jacó, é aqui a figura de Israel. Alguns entendem que havia uma localidade perto de Belém chamada Rama.
Aplicação – Aprendemos Deste Trecho:
A escutar a voz divina, que pode falar pela Sagrada Escritura ou pela voz do pregador.
Notemos que deste esses tempos muitos inocentes têm sofrido.
Um ódio contra Cristo tem motivado muitas perseguições.
O que se pode dizer das crianças assassinadas em Belém? McLaren escreve: “Nas suas vidas tão breves, ganharam fama imortal. Morreram em prol de Cristo que nunca conheceram”.
SERÁ CHAMADO NAZARENO (2.23)
Estas palavras não foram escritas por nenhum dos profetas, mas podiam ter sido ditas por alguns deles.
“Temos visto que foi dito pelos profetas que Cristo, durante seu ministério terreno, teria um nome de desprezo e opróbrio, e Mateus resume estas profecias nas palavras figuradas mas corretas, “será chamado nazareno” – Neil
Contudo pode ser preferível a emenda de tradução: “será chamado Renovo” (Zc 6.12), a palavra hebraica “nezer”, renovo, vara, sugerindo nazareno.
A palavra aplica-se a quem mora em Nazaré; relembra o nazireu, que se consagrava especial e totalmente à adoração a Deus (Nm 6.1-5);
No vilarejo obscuro de Nazaré, Jesus cresceu, cumprindo assim a profecia de que o Messias não seria de início reconhecido, mas cresceria no anonimato (Is 53.2; Mt 2.23).