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OS DOIS ALICERCES

OS DOIS ALICERCES 

Texto Bíblico: Mateus 7.24-27; Lucas 6.39-42

INTRODUÇÃO: “Tornai-vos, pois. Praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22) Ouvintes (gr akoatai) termo usado especialmente para aqueles que assistiam aulas mas não se tornavam verdadeiros discípulos. Nesta parábola, Jesus declara que seus ensinos são o alicerce para uma vida e um glorioso – o segredo de um caráter forte. Homens carnais consideram os ensinos de Jesus belos em ideais, porém pobres em substância. “Idealistas demais para este mundo prático” – é o seu veredito. Jesus, porém declarou que os seus ensinos tinham base de rocha.

SÍNTESE DA PARÁBOLA: Uma declaração direta que é inútil nos chamarmos cristãos, se não praticamos aquilo que Jesus nos ensina neste Sermão.

 

ANÁLISE DA PARÁBOLA:

  1. Fundamento (Alicerce)

(1) No Antigo Testamento: O termo hebraico Yasad, “fixar”, “fundamentar”, “alicerçar” é usado nas Escrituras para indicar todo tipo de alicerce, como do altar (Êx 29.12), da terra (Sl 24.2; Is 24.18), de edifícios (Jr 50.15), do mundo habitado (Sl 18.15), da cúpula dos céus (Am 9.6), de Israel (Is 44.11), de Sião (Is 14.32), dos justos (Pv 10.25) e do templo de Salomão (1 Rs 5.17) Um alicerce era essencial para a durabilidade e fortaleza de uma parede ou muralha (Jr 50.15). Nos países gentílicos antigos, havia uma prática de consagração dos alicerces de edifícios importantes com algum sacrifício humano.

(2) No Novo Testamento:

1) Fundamento com o sentido de origem: (Jó 4.19) O homem reside em uma casa de barro e a sua origem encontra-se no pó. Esse conceito tem paralelo na narrativa de Ge 2.7 e 3.19.

2) Fundamento com o sentido de começo, como os fundamentos do mundo (Mt 13.35; 25.34).

3) O Messias é o fundamento lançado em Sião (Is 28.16; 1 Co 3.11) 4) Os apóstolos e profetas do Novo Testamento fazem parte do alicerce da Igreja de Cristo (Ef 2.20; Mt 16.18; 18.15-18).

5) Jesus Cristo é o único fundamento da Igreja, no tocante Àquele sobre quem construímos e em quem alicerçamos a nossa expectativa de salvação (1 Co 3.11).

6) A fé cristã é o alicerce de nossa vida (2 Tm 2.19)

7) A cidade de Deus (composta por todos os remidos no sangue de Cristo) está alicerçada sobre a verdade e sobre o poder de Deus (Hb 11.10).

8) O homem sábio constrói sobre um alicerce de sabedoria e realização espirituais, evitando as areias das vicissitudes humanas, das falsas doutrinas (Lc 6.48).

  1. A Casa Forte:

(1) Dois Períodos:

1) Agora, construímos a casa eterna:

1- Lançando o alicerce da fé em Cristo (1 Co 3.11).

2- Levantando a casa – pondo em prática Seus mandamentos (Jo 15.14).

2) No Futuro:

1- Virá a enchente da oposição e o rio do Juízo Final.

2- Então as escolhas presentes terão consequências eternas.

(2) Dois Homens:

1) O Sábio: 

1- Que atende e obedece à Palavra de Deus.

2- Aquele que ouve a Palavra de Jesus e pratica, é como o homem sábio que edificou a casa (sua vida e suas atividades) sobre a rocha (Cristo), resistindo assim à ação devastadora do tempo e da eternidade: as provações, tentações e o julgamento.

2) O Insensato: 

1- Que escuta mas não obedece.

 

2- O que ouve a Palavra de Jesus e não a pratica, é como um insensato que constrói a casa da sua vida sobre os alicerces Humanos: do dinheiro, da cultura, dos títulos, 

O ensino de Jesus é para ser posto em prática. Quem basear seu caráter sobre as verdades do Salvador, suportará as tempestades e as provações. Chamar a Jesus, “Senhor” é ortodoxia; chamá-lo “Senhor, Senhor” é piedade; mas nem uma nem outra evocação pode satisfazer a Ele.

  1. Palavras como estas, e há abundância delas, deixam bem patente que Jesus quer ser tomado a sério. Vai chegar um dia de triste desilusão para muitos que fazem profissão fácil do nome de Cristo (Mt 7.22-23). Praticar em nossas vidas o que Jesus nos ensinou, é aquilo que tem valor real, afinal de contas.
  2. Cada pessoa está a imprimir na alma o caráter que via passar à eternidade. Esta casa para a alma é composta dos nossos atos, palavras, pensamentos, esperanças e ambições.
  3. “e as pratica” (Lc 6.47): O tempo grego sugere que não um ato isolado, mas uma vida inteira de prática está implícita aqui.
  4. Areia

(1) Embora as referências à areia sejam numerosas na Bíblia, a areia do Oriente Médio figura apenas por uma vez no registro sagrado – quando Moisés sepultou o egípcio que havia assassinado, na esperança de manter secreto o crime (Êx 2.12). Todas as outras referências são figuradas, indicando principalmente a ideia de um número incalculável (Gn 22.17; 41.49) e mui curiosamente a sabedoria de Salomão e a amplitude de seus interesses (1 Rs 4.29). Naturalmente, em Mateus 7.26 a areia também serve de símbolo de instabilidade, por falta de alicerces. 

(2) (Lc 6.49) Mostra que devemos entender aqui um solo poroso, e não, literalmente, areia. Como o retrato de qualquer vila, nas colinas da Galiléia nos mostraria, construir na areia implica construir no fundo do vale, onde as águas da enchente certamente vão passar. Isso seria considerado um ato de extrema tolice e imprudência. A Palestina é uma terra muito árida. Entretanto, durante certas épocas do ano, caem pesadas chuvas que, formando torrentes caudalosas, correm sobre poeirentos uádis (barrancos formados pelas enxurradas) e despencam ao longo de todos os declives e encostas de montanhas. 

  1. Aplicação:

(1) O que você está edificando? Falando figurativamente, algumas pessoas estão edificando lojas e imergindo nos negócios, outras, constroem casas de prazer, onde dissipam suas vidas em frivolidades; outras, onde jazem atados pelas cordas do pecado. Mas graças a Deus, há muitas pessoas edificando templos para adorar a Deus.

(2) Que materiais você está colocando na construção? Cada ato de pecado, covardia, egoísmo ou ambiguidade representa material inferior. Bondade, paciência, generosidade e consagração representam material sólido.

(3) Na Palestina, assim como na vida, somente a habilidade de sobreviver às tempestades revelará a qualidade de uma construção.

(4) Quando as tempestades chegarem, será eliminado o disfarce daquele que finge ter fé, cujo compromisso é meramente intelectual, e que gosta de se Intrometer no cristianismo desde que não seja forçado a levá-lo muito a sério.

(5) A história de Jesus sobre o construtor sábio e o imprudente representa um desafio e também um conforto:

1) Desafio: No sentido de que percebemos novamente a importância de uma completa dedicação ao nosso Senhor.

2) Consolo: Porque nos sentimos confortados. As tempestades da vida chegarão. Mas, quando isso acontecer, o relacionamento que construímos com Jesus Cristo nos permitirá sobreviver e também triunfar.