OS TRABALHADORES NA VINHA

OS TRABALHADORES NA VINHA 

Texto Bíblico: Mt 20. 1-16

INTRODUÇÃO: Ilustra-se nesta história o conceito divino de serviço e recompensa. Pretende a parábola mostrar que as recompensas de Deus se baseiam em coisas espirituais, tais como abnegação, fidelidade e dedicação.

OCASIÃO: Ensino aos que praticam a auto-retidão.

SÍNTESE DA PARÁBOLA:

Não significa que todos serão tratados no céu do mesmo modo, ou não haverá recompensas. A Parábola dos Talentos (Mt 25.14-30), parece ensinar que haverá galardões. E Paulo ensinou isso (1 Co 3.14-15). A intenção de Jesus foi ensinar ai uma só coisa: alguns que julgam ser os primeiros neste mundo vão descobrir que são os últimos no céu. Disse isto uma porção de vezes (Mt 19.30; 20.16; Mc 10.31; Lc 13.30).  Os padrões do céu e os da terra são completamente diferentes, ao ponto de muitos dos mais humildes crentes, escravos e empregados, terem os mais elevados lugares no céu; e muitos dos altos dignitários da Igreja, se até ali chegarem, ficarão abaixo daqueles que aqui foram seus serventuários. Ver mais sobre Lucas 16.19-31.

ANÁLISE DA PARÁBOLA:

  1. Essa parábola ilustra a verdade que Jesus declarou em 19.30 e repetiu em 20.16, corrigindo o egocentrismo e o espírito barganhista de Pedro (19.27). Deus não avalia o trabalho do homem da mesma forma que o homem faz. Alguns que se sobressaem e, aparentemente, alcançam sucesso no trabalho cristão que consideramos grandemente valorizado por Deus, surgirão no pé da lista dos servos fiéis do Senhor, enquanto servos humildes e modestos, pouco reconhecidos pelos homens, aparecerão no alto. Além do mais, devemos nos interessar pelo serviço em si do Senhor, e não pela recompensa; na qualidade, e não na extensão de nosso serviço.
  2. O assunto deste trecho é recompensa, porém aprendemos que Deus, sendo soberano, às vezes dá uma recompensa melhor que a justiça requer. 3. Note-se que o próprio dono da vinha procura os trabalhadores. Cada verdadeira vocação ao serviço de Deus é escolha divina (Jo 15.16). Cada preocupação para com os perdidos, cada impulso para servir, dEle provém. Toda grande obra espiritual é divina iniciativa.
  3. Muitos chamados, porque o convite do Evangelho é universal, a todos. Poucos escolhidos, porque relativamente poucos confessam ter as cinco características dos escolhidos de Deus (1 Co 1.27,28).
  4. Neste trecho duas espécies de recompensa se distinguem: de justiça (v. 1-8) e de graça (9-15).
  5. Os Trabalhadores que barganhavam: Houve combinação de salário. Como Pedro, queriam saber a recompensa. Os que barganham no serviço de Cristo, não devem esperar mais do que ajustam. Os trabalhadores que murmuravam representam os que servem, não para a glória de Deus, mas por motivos como o desejo de louvor, posição ou ganho. Razão pela qual estavam insatisfeitos. Devemos entrar no seu serviço pelo amor, e não pelo lucro.
  6. Os Trabalhadores que Confiavam: Os trabalhadores aceitaram o serviço, confiantes de que recebiam justa recompensa. Representam aqueles que confiam que Deus lhes dará muito mais do que merecessem,
  7. Podemos contar com seu amor por uma recompensa surpreendente e imerecida. Ele nunca será menos que justo, e muitas vezes ultrapassará o merecido.
  8. Nós somos incapazes de julgar o merecimento dos outros, porque a habilidade, as oportunidades, e muitas outras circunstâncias têm de ser avaliadas, e somente Deus pode fazer isso.
  9. A resposta do proprietário a um dos murmuradores recorda-lhes as condições que determinaram o resultado do que eles agora tão loucamente se queixam. Não podem dizer que não receberam a quantia do contrato. Receberam o que era justo.
  10. O empregador da parábola é um homem singular, parece preocupar-se mais com os trabalhadores do que com a vinha. “Meu Pai é o lavrador” disse Jesus. Assemelha-se Deus a esse dono de vinha, porque seus padrões de

Recompensa vão além de cálculos aritméticos. O doador não tinha o direito de ser bondoso? O que mereço há de ser medido pelo que sou; o que a graça dá somente pode ser medido pelo que Deus é. O empregador atesta sua soberania sobre o que lhe pertence. Deus em tudo é soberano e jamais injusto. Ninguém tem o direito de reclamar contra Deus, Ele é soberano em todas as suas decisões. Tudo depende de Deus, e não de força ou obra humana. Deus aceita o serviço dos homens por ato de graça não por necessidade. A recompensa é fruto de sua graça, não de nossos méritos.  Lancemos a seus pés nossa coroa! Há milhares de pessoas na praça da vida, procurando um Empregador cuja bondade ultrapasse a eficiência mecânica, e que lhes dê uma oportunidade.

  1. “Na praça” (Mt 20.3): A praça pública, ponto de reunião para com os que não tinham serviço, bem como operários avulsos.
  2. “O salário” (Mt 20.8): Jesus está dando, aqui, a resposta à pergunta de Pedro, de qual seria o galardão dos que deixam tudo para seguir a Jesus (Mt21.26-30). Deus disse a Abraão: “Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”
  3. “Começando pelos últimos” (Mt 20.8): Porque começar pelos últimos? Para sugerir que os que vêm a Deus tardiamente podem servi-lo de modo aceitável. E o prêmio é único, determinado por Deus. Ilustra a salvação dada por Cristo e que a quantidade dos merecimentos não pode aumentar este dom único e gratuito. O fato de os últimos receberem em primeiro lugar mostra que os judeus, os primeiros a recebera a chamada divina, não seriam os primeiros a receber o galardão final, pois a salvação não vem da herança racial, nem humana, mas da generosidade e graça divina (Mt20.15). Do mesmo modo, a salvação, em si, é algo tão precioso que não existe salvação de primeira classe, distinta de alguma outra classe inferior de salvação.
  4. “Um denário” (Mt 20.9): Salário diário dos soldados do império Romano.