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Salmo 126 - FOI COMO UM SONHO!!!

Salmo 126
 
 
FOI COMO UM SONHO!!!
 
“A alegria em Deus é uma pregação em prol da causa de Deus”
“Este é um Salmo sobre o Deus que restaura; os exilados que retornam; os sonhos que acontecem; as bocas que riem; as línguas que cantam; os vizinhos que testificam; os olhos que choram; os dedos que semeiam; os pés que não se cansam; as sementes que crescem, e as mãos que ceifam.” – Wilson de Jesus Alves.
Um Salmo de triunfo para restauração do povo de Deus, depois do cativeiro em Babilônia.
“Foi como um sonho! Como rimos como cantamos de alegria... como fomos felizes”.
• Síntese:
1. Esse cântico de peregrinação teve origem em uma época de angústia nacional. É uma miscelânea comovente de alegria e aflição, com o mesmo padrão tríplice do salmo 85. Lembra bênçãos passadas, suplica por sua renovação e registra a resposta divina à súplica.
 
2. Cântico de ação de graças pela volta do cativeiro. Aquilo era bom demais para se acreditar; parecia-lhes um sonho. Tem duas partes: louvor por um bom começo (1-3) e oração por um feliz cumprimento (4-6). As duas coisas estão intimamente relacionadas. Nas horas de triunfo, tendemos a esquecer que a tribulação não está longe. Se a perspectiva da tribulação tende a sombrear o triunfo, devemos resolver que o triunfo há de iluminar a tribulação. Progresso (1-3) deve ser seguido por paciência (4-6). Semeia a semente e conta com a ceifa. Alegria e alívio delirantes – tal é a disposição de ânimo captada de novo na primeira metade deste cântico. Agora, porém, não passa de uma memória, e o salmo se transforma em oração que pede uma transformação comparável de uma cena estéril e sem ânimo.
 
• Análise:
 
1. (v.1): “Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião”: A alusão é ao retorno dos exilados da Babilônia no século VI a.C, quando o cativo povo de Israel teve permissão de voltar ao seu país. A decisão de Ciro de permitir que os exilados retornassem à sua terra não resultou de mera norma política, mas da intervenção de Deus. A restauração de Jó se descreve da mesma maneira (Jó 42.10). A memória, longe de descambar para a nostalgia, agora dá o ímpeto para a esperança.
 
2. A Surpresa Feliz: Quando foi promulgado o decreto de Ciro, os exilados dificilmente poderiam acreditar naquilo que viram e ouviram. Parecia-lhes que estavam no meio de um sonho de felicidade. Tudo parecia “bom demais para ser verdade” (Lc 24.41; At 12.9). Não se tratava de falta de fé em Deus – era apenas a lentidão em se acomodarem à nova situação melhor emergente tão repentina que não estavam em condições de saber como agir nas circunstâncias novas.
 
3. Êxtase de Alegria: “Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de júbilo”. Os orientais demonstram mais emoções do que os ocidentais. Choram quando estão decepcionados, riem quando estão contentes, e gritam de felicidade. Seja qual for o seu temperamento, porém, você pode sentir o júbilo da salvação quando recebe uma libertação de Deus.
 
4. Grato testemunho: “Então entre as nações se diz: Grandes cousas o Senhor tem feito por elas. Com efeito, grandes cousas fez o Senhor por nós; por isso estamos alegres”. Até mesmo os gentios estavam impressionados e admitiram que o Deus de Israel deveria ser o responsável por esse milagre. Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanham os exilados livres do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que atravessam, eram o testemunho diante das nações pagãs de quão grandes coisas Deus fizera em prol do seu povo. Para não ser ultrapassado por pagãos, Israel responde com testemunho alegre e simples e assim expressa a sua dívida para com o poder de Deus.
 
 
5. (v.4): A retrospectiva serviu tanto como lembrete de que Deus é capaz de salvar seu povo quanto como um apelo implícito para que Deus aja favor do povo novamente. A comunidade pós-exílica estava passando por dificuldades e frustração. As coisas grandiosas tinham dado lugar às “pequenas coisas” O salmista ora por uma enchente de exilados que voltem à terra de origem, assim como as torrentes sazonais que periodicamente enchem os leitos normalmente secos das ravinas no deserto. Ser restaurado do cativeiro significava mais do que o retorno físico à Terra Prometida. Continuava necessária a presença de Deus e de sua aliança.
 
6. (v.4): “como as torrentes no Neguebe”. A generosidade repentina aqui recebe sua ilustração perfeita, sendo que poucos lugares são mais áridos do que o Neguebe e poucas transformações são mais dramáticas do que a de uma ravina seca que se transforma em torrente. O Neguebe ficava ao sul do território de Israel. Ali a terra é seca, e em um temporal de chuva os wadi (os leitos dos rios formados na estação chuvosa) tornavam-se inundações perigosas. Nas terras áridas do sul da Palestina (o Neguebe), pode-se ver os leitos secos de muitas torrentes (a maior alegria para o viajante é encontrar ali uma torrente de água). Então, vão começando as chuvas, e logo aparecem pequenos fios de água correndo no meio do leito seco. Antes de acabarem as chuvas, o fio de água se transformar em riacho, e o riacho em correnteza violenta. O número de exilados que voltaram com a primeira leva era reduzido, pequeno demais, conforme parecia, para fazer efeito algum, tão pequeno que era ameaçado de secar-se ou evaporar como o fio de água. O Salmista, portanto, queria que a situação em Jerusalém voltasse para a prosperidade espiritual e civil de antes, como números suficientes de exilados voltados para lá a fim de levar a efeito a obra. A igreja de nossos dias precisa proferir esta oração em prol da pequena companhia dos eleitos, pois os fiéis no meio deste mundo deserto são um grupo pequeno, o “pequeno rebanho”, um pequeno fio de água. Suas vidas ressecadas precisam de avivamento semelhante.
 
 
7. (v.s 5,6) Os esforços dos exilados para estabelecer a nação em meio a grandes dificuldades acabarão por produzir resultado, tal como acontece na agricultura. Este mesmo princípio aplica-se também ao serviço cristão. Nenhuma mudança, grande ou pequena, pode nos deixar sem trabalhos a fazer, porque todas as mudanças são incompletas, e cada uma delas exige de nós novas provações e novas capacidades para resistência. Assim sendo, a parte de júbilo passa a se misturar com súplicas.
 
8. As Tristezas e Alegrias de um Semeador: Em época de grande falta de mantimentos, os camponeses pobres têm dó de cada medida de sementes lançada na terra. Sentem estar arrancando a comida da boca de seus filhos, e, em tais tempos, choram amargamente quando um quilo de trigo é tirado da despensa para ser semeado no campo visando a uma ceifa num futuro provavelmente tão distante que não se sabe se a família sobreviverá até então.
 
(1) Semeando com lágrimas: Semelhantemente, o pequeno grupo de exilados que voltavam para restaurar a terra desolada estavam “semeando com lágrimas”. Labutavam em angústia, dor e desânimo, no meio das ruínas da sua antiga pátria e em face inimigos cínicos e cruéis. A sorte do pioneiro, seja em assuntos materiais ou em assuntos espirituais, é muito difícil.
 
(2) Ceifando com alegria (v.5): “Com júbilo ceifarão”. Deus inverte os infortúnios de seu povo, ele domina o mal com o bem, o sofrimento com a bênção (Sl 30.11,12; Jo 16.20). As sementes espirituais lançadas e regadas com lágrimas não serão perdidas. Toda obra espiritual feita com compaixão sobrenatural não demorará em revelar os seus frutos. “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6.9).
 
• Ensinamentos Práticos:
Quantas vezes você já teve vontade de chorar por causa dos seus fracassos na tentativa de viver nos níveis mais sublimes da vida espiritual. Se você não batiza em orações e agonias espirituais os seus esforços, não terá a alegria de ver uma grande ceifa espiritual.
Aqueles que saem levando a Palavra, no entanto, devem ter a experiência de sentir a sua alma comovida até as lágrimas no seu esforço de levar uma alma a Cristo.
A alegria de Israel testificou:
1. À Compaixão de Deus: A volta de Israel à sua terra ensinava aos pagãos que o Deus de Israel era um Deus misericordioso, que misturava a graça e o amor com os pronunciamentos do juízo.
 
2. À Preservação Divina: A volta era uma declaração de que a providência divina tinha acompanhado o povo de Deus durante todo o período do cativeiro. A nação tinha passado pelos fogos da purificação, mas a prata tinha sido conservada em toda a sua pureza;
 
3. Ao Propósito de Deus. Deus restaurou seu povo porque tinha um propósito para ele no mundo – proclamar a Palavra de Deus e preparar o caminho para o Salvador.
A História de uma Alma: As experiências de Israel como povo de Deus na época do Antigo Testamento são lições para a nossa experiência individual como crentes em Jesus Cristo, membros do novo Israel de Deus. Podemos, portanto aplicar o Salmo 126 à nossa vida diária cristã:
1. A alma redimida estava no cativeiro: era escrava à Lei de Deus, que ameaçava a consciência; era escrava ao pecado, que amarrava-a com desejos e hábitos pecaminosos; era escrava da morte física e espiritual.
2. Este cativeiro, no entanto, foi rompido. Assim como o rei Ciro, inspirado por Deus promulgou um decreto ao qual os cativos que queriam a libertação obedeceram, assim também os embaixadores de Deus, inspirados pelo Espírito Santo, proclamaram o perdão às almas cativas, e as almas com júbilo obedeceram à ordem de deixarem para trás a sua velha vida humana.
3. Seguem resultados bem-aventurados. “Ficamos como quem sonha”. Assim sente a alma no seu enlevo de deleite ao reconhecer tudo quanto Deus fez em prol dela. Há alegria exuberante.
4. Quem vive com fé e em obediência, mesmo em meio a dificuldades, há de ver resultados maravilhosos da sua obra.
5. A alma, vivendo e labutando na causa do Evangelho, às vezes se vê forçada a enfrentar desencorajamentos, adversidades e tentações, e chega a sentir vontade de dizer: “Será que tudo está sendo em vão?” Então se lembra da promessa confiante: “Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão”. Foi com semelhantes promessas que Paulo encorajou os crentes em Corinto, quando escreveu: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, os vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58).
 
“Aquele que decerto sai chorando... decerto voltará para casa com gritos de alegria”.
Bibliografia
Bíblia Anotada
Bíblia de Estudo de Genebra
Bíblia Shedd
Manual Bíblico H.H.Halley
Bíblia Explicada
Salmos, Orando com os Filhos de Israel – Myer Pearlman.
Série Cultura Bíblica – Salmos
Comentário Bíblico NVI
 
 
Wilson de Jesus Alves
Bacharel em Teologia
http://wilsonalves.comunidades.net