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ANSIEDADE - UMA PERSPECTIVA TEOLOGICA

ANSIEDADE – UMA PERSPECTIVA TEOLÓGICA

O Que A Bíblia Diz Sobre O Medo Em Geral:

Termos no original:

No hebraico: Os termos usados para medo e temor derivam no hebraico das raízes jr (ter medo), hrd (tremer, tremular), phd (tremular, ter medo), ssr (apertar, estreitar), htt, (estar assustado, sem coragem), gür (recuar assustado, ter medo), hmm (confundir, infligir terror), substantivo ema (terror).

No grego:

A filosofia:

A filosofia tem a tendência a restringir o significado de medo e temor às simples antecipação e imaginação de algo mau. Louva o temor das autoridades e da vergonha, mas a maioria do temor é considerada infundada e deve ser vencida por meio do esclarecimento sobre o “verdadeiro bem”.

Enquanto na retórica e na tragédia – temor e compaixão, os afetos (paixões) são intencionalmente despertados e instrumentalizados, a superação do medo, como condição fundamental da vida baseada na exposição à morte e na incapacidade do destino é o grande tema da filosofia na época helenístico-romana (visão de mundo).

Os estóicos procuram neutralizar seu efeito por meio do distanciamento interior de todos os bens exteriores.

Os epicuristas aconselhavam desfrutar teimosa e despreocupadamente o momento atual, já que o temor à morte e aos deuses se baseia numa pura ilusão.

No judaísmo helenista, a disposição ao temor infundado e irracional é relacionado à idolatria (Sb 17).

Causas do medo no Antigo Testamento: No Antigo Testamento medo e temor devem-se a provocadores.

Inimigos e ameaças físicas (Gn 32.8, 12; Jz 7.3; 1 Sm 17.11; Am 3.8).

A violência de um poderoso.

A aplicação de castigos exemplares (Dt 13.1; 17.12).

O numinoso e misterioso (Gn 28.17; Jó 4.12-17; Sl 91.5).

A consciência pesada (Gn 3.10 ss; 43.18).

Manifestam-se como reação corporal de susto ou fuga em pânico (Êx 15.14-16; Js 5.1; 2 Rs 7.6).

E como falta de coragem (Nm 13.31 – 14.4).

No Novo Testamento:

No Novo Testamento, caracteriza a existência no mundo escravizado pelo pecado e pela morte; os crentes são redimidos disso por Cristo (Rm 8.19; Hb 2.14).

No entanto, na maioria dos casos, o medo é provocado no Novo Testamento por motivos concretos, como por exemplo, poderes da natureza (Mt 14.30; Mc 4.40; Lc 21.25), ou a morte (Mc 14.33-36).

Embora também a preocupação ansiosa com a sobrevivência cotidiana tenha sua importância (Mt 6.25-34), o temor pode estar em oposição à confiança em Deus (Mc 4.40; Lc 12.28), mas pode também ser a expressão de preocupações legítimas (Lc 14.31-32; At 27.9)

O temor a castigos (Mt 25.24; Rm 13.3-5; 1 Jo 4.18) e à reação negativa de outras pessoas (Lc 20.19; Jo 7.13; 9. 22; 19.38; Gl 2.12) está relacionado a vida social.

De especial importância teológica são o terror/ susto diante de aparições numinosas, epifanias divinas e milagres (temor) e o medo em situações de perseguição por causa da fé, especialmente nas tribulações apocalípticas. Contrapõem-se a ela tanto o “não temas” da fé como o temor muito mais justificado diante do juízo de Deus (Mt 10.26-33; Mc 13.11; Ap 2.10).

A Ansiedade E A Bíblia.

O termo ansiedade na Bíblia é usado de dois modos, como aflição ou angústia e como um sentimento sadio de preocupação.

A ansiedade manifestada através da aflição e angústia é resultado de um afastamento de Deus. Em vez de reconhecer a sua soberania e superioridade, carregamos sozinhos os fardos da vida e supomos poder solucionar os problemas sem ajuda da parte dEle. Quando o homem se afasta de Deus e faz de si mesmo o seu deus, é inevitável a intensificação da ansiedade. Não é então de surpreender que numa época de crescente impiedade, aumentem também as manifestações de angústia.

De modo contrário, a ansiedade na forma de uma preocupação realista não é condenada nem proibida. Embora Paulo tivesse escrito que não estava ansioso (isto é, angustiado com a possibilidade de ser açoitado, passar fome, ou correr perigo, ele afirmou estar ansioso (isto é, preocupado) sobre o bem-estar das igrejas. Este cuidado sincero por outros, colocou uma “pressão diária” sobre Paulo e tornou Timóteo “sinceramente ansioso” (isto é, preocupado) com ele (2 Co 11.28; Fp   2.20).

Segundo a Bíblia, portanto, nada há de errado em reconhecer com realismo os problemas identificáveis em nossa vida, e tentar resolvê-los. Ignorar o perigo é insensato e errado. Também igualmente errado, porém, assim como pouco saudável, é deixar-se imobilizar pela excessiva aflição. Tal angústia deve ser entregue a Deus através da oração, que pode liberta-nos do temor paralisante ou da ansiedade, deixando-nos livres para tratar realisticamente das necessidades e bem-estar dos outros e nossos.

Admitimos, entretanto, que nem sempre é fácil deixar de “preocupar-se constantemente”. As pessoas acham difícil “entregar seus fardos ao Senhor”, confiar em que Deus irá satisfazer suas necessidades, aguardar sua ajuda e saber quando devem aceitar a responsabilidade de enfrentar uma situação difícil. As pessoas ansiosas são, geralmente, impacientes, precisando de ajuda para tratar com realismo de suas pressões e dentro do calendário perfeito de Deus. O conselheiro pode ajudar tais pessoas a ver as promessas de Deus, reconhecer o seu poder e influência em nossa vida diária e agir quando necessário. Será também útil se o conselheiro conseguir entender as causas e efeitos da ansiedade que esteja persistindo e prejudicando.