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FILEMOM

  1. A EPÍSTOLA DE PAULO A FILEMOM

A Respeito de um Escravo Fugitivo

 

  1. Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus (1.1)
  2. 61 A.D
  3. Destinatário.
    • Nome: Filemom significa “amável”.
    • Cidade: Residia em Colossos (Cl 4.9), em cuja casa se realizavam cultos (Fm 2)
    • Conversão: Paulo, pelo fato de nunca ter estado em Colossos deve ter conhecido a Filemom em alguma outra parte, possivelmente em Éfeso, que não estava muito longe. Era um convertido, provavelmente de Paulo.
    • Perfil:
      • Sua benevolência (5-7)
      • Era amigo íntimo de Paulo.
      • O pedido de Paulo de preparar-lhe alojamento (22) indicam que era um homem de certos recursos econômicos.

 

  1. É uma carta particular de intercessão escrita por Paulo provavelmente em Roma, e enviada a Filemom, em Colossos (Cl 4.7-9)
  2. O grande poder do Evangelho em resolver os problemas sociais

 

  1. A Ocasião desta Carta. Uns quatro ou cinco anos depois que Paulo deixara aquela parte do mundo e estava preso em Roma. Onésimo, ao que parece, furtara algum dinheiro do seu Senhor, Filemom, e fugiu para Roma. Uma vez ali, talvez havendo já gastado o dinheiro que furtara, conseguiu encontrar Paulo. É possível que tivesse começado a gostar dele na casa do seu Senhor, anos antes. Não é provável que o encontrasse, casualmente, numa cidade de 1.500.000 habitantes. Paulo persuadiu-o a ser cristão e enviou-o de volta a seu senhor, levando esta linda carta.

 

  1. O Problema de Paulo:

 

  • Queria salvar o escravo fugitivo do severo e cruel castigo que, pela lei romana, merecia.
  • Queria conciliar Filemom sem humilhar Onésimo.
  • Queria recomendar o culpado sem desculpar a sua ofensa. Como fazer isso? – Eis o problema de Paulo.

 

  1. A Estratégia de Paulo.
    • Acha que o escravo não deve ir só ao encontro do seu Senhor ofendido, por isso aproveita a mediação de Tíquico, que vai a Colossos.
    • Escreve esta carta pessoal a Filemom, para Onésimo levar consigo, carta essa que é modelo de diplomacia e cortesia.
    • Então, para tornar ainda mais difícil a Filemom deixar de perdoar o culpado, ele o recomenda à igreja toda (Cl 4.9)

 

  1. Objetivo da Carta. Era pedir a Filemom que perdoasse o escravo fugitivo e o recebesse como irmão em Cristo, oferecendo-se Paulo para restituir o dinheiro furtado. A Carta é um mimo de cortesia, tato, delicadeza e generosidade, culminando com um comovente apelo a Filemom para que recebesse Onésimo como se fosse a ele mesmo, Paulo (13)

 

  1. História de Onésimo.
    • Era um escravo que havia fugido de Filemom.
    • É possível que fosse um jovem muito talentoso. O exército romano, em suas excursões, muitas vezes capturava moços e moças dos melhores e muito inteligentes, e levava-os para vendê-los como escravos.
    • Teria possivelmente roubado ao seu amo e fugido para Roma (18)
    • Onde esteve sob a influência de Paulo e se converteu (10)
    • Chegou a ser discípulo de Cristo (Cl 4.9).
    • Paulo queria tê-lo em Roma como seu ajudante (13).
    • Mas por não ter o consentimento de Filemom (14), sentiu-se no dever de enviar o escravo a seu amo.
    • Desta maneira, o apóstolo escreve esta bela carta de intercessão, pedindo a Filemom que perdoe a Onésimo e lhe devolva a confiança.
  2. Síntese.
    • É uma carta particular a Filemom, pedindo-lhe que receba e perdoe a Onésimo, um escravo fugido.
    • Filemom foi um crente abastado. Onésimo, um escravo que pertencia a Filemom, furtou, provavelmente dinheiro e fugiu para Roma. Aí se encontrou com Paulo e se converteu. O apóstolo desejava que o seu recém-nascido e querido filho na fé, ficasse consigo (13). Foi, naturalmente ainda mais difícil para o escravo voltar ao seu senhor. Mas o verdadeiro arrependimento é para com Deus, o qual constrange à restituição (At 20.21; 26.20). E o escravo Onésimo, voltou para o seu senhor, Filemom. Não há coisa mais repugnante do que a escravatura. Contudo a verdadeira reforma social é fruto do Espírito. Sem revolução, nem alvoroço, nem suscitar qualquer atrito entre o escravo e o seu senhor, o Cristianismo rege o coração; o coração determina a conduta do homem. Onésimo não voltou com espírito amargurado, nem Filemom o recebeu de novo como escravo; receberam um ao outro como irmãos caríssimos (16).
    • A Bíblia não dá nenhuma idéia de como esse senhor recebeu o escravo de volta. Há, porém, uma tradição que diz ter sido recebido por Filemom, que, compreendendo qual era a intenção velada de Paulo, deu-lhe alforria. É assim que o Evangelho faz. Cristo, no coração do escravo, fê-lo reconhecer as praxes sociais de sua época e voltar a seu senhor, resolvido a ser bom escravo e a viver como tal. O mesmo Cristo, no coração do senhor, fê-lo reconhecer o escravo como irmão na fé, e dar-lhe a liberdade. Há, ainda, uma tradição de que Onésimo, depois veio a ser bispo da Igreja de Beréia.

 

 

  1. Particularidades da Epístola.
    • As quatro epístolas escritas da prisão em Roma são na ordem cronológica: Efésios, Colossenses, Filemom e Filipenses
    • “Afia” (2), era, provavelmente, esposa de Filemom.
    • “Arquipo” (2): sem dúvida, era pastor da congregação.
    • Onésimo significa “Útil”. Note-se o jogo de palavras (11).
    • “Para sempre” (15): dá a entender que as amizades terenas persistirão pela eternidade.
    • “Epafras” (23). Era um colossense, preso em Roma.
    • As saudações (24) indicam amigos particulares de Filemom.
    • Lições Espirituais:
  • A importância do interesse pelos desafortunados.
  • O dever dos crentes de obedecer à lei: Onésimo tem que regressar ao seu amo.
  • A irmandade cristã está acima de todas as distinções sociais e classes.
    1. Análise de Filemom. Esta Epístola mostra:
      • Uma revelação do caráter de Paulo. Descobrimos ser ele:
  • Cortês.
  • Amável.
  • Altruísta.
    • Um Exemplo da Diplomacia e Sabedoria do Apóstolo. É uma obra de Mestre; um modelo de cortesia e delicada intercessão. Paulo se mostra:
      • Cordial para com os predicados de Filemom, tornando assim, difícil a ele deixar de exercitá-los em perdoar Onésimo.
      • Tardio em mencionar o nome de Onésimo até ter assim preparado o caminho.
      • Sem interesse em ordenar ou exercer sua autoridade apostólica, mas rogando como amigo íntimo (8,9,20)
      • Implorando encarecidamente, referindo-se a Onésimo como seu “filho” (10), e presumindo que Filemom fará o que pede (21).
      • Ciente do mal praticado por Onésimo (11) e promete pagar qualquer prejuízo (18,19)
      • Compreensivo sobre Onésimo, pois embora outrora inútil, assevera que no futuro Onésimo será um servo fiel (Onésimo significa “Útil”).
      • Com sabedoria para escolher suas palavras com cuidado. Diz “separado” (15) e não “fugitivo”. Evita empregar qualquer palavra que pudesse despertar ressentimento em Filemom, e por isso emprega um termo que não descreve o caráter do ato do escrevo, mas exprime simplesmente seu aspecto exterior.
      • Esperançoso de em breve ver Onésimo ser liberto e também de tornar a ver Filemom (22). Como poderia este encarar o apóstolo se não fizesse o que ele pedia?

 

  • Uma Ilustração do Método Divino de Reforma Social. Esta Epístola tem sido referida pelos advogados da escravatura para justificá-la. Mas poderia a escravatura continuar se os versículos 16 e 17 fossem postos em prática? É uma boa ilustração do poder do Evangelho, que procura ganhar seu fim mediante a persuasão, e não pela compulsão; pela mansidão e não pela violência.

 

  • Uma Analogia da Nossa Redenção.

 

  • O Pecador é propriamente de Deus.
  • Não somente fugiu do seu Senhor, mas furtou algo dele.
  • A Lei não lhe oferece direito de asilo.
  • Mas a Graça concede-lhe direito de apelo.
  • Ele refugia-se em Cristo, que Deus tem na conta de companheiro.
  • Nele é recebido como filho.
  • E acha um intercessor e Pai.
  • Volta para Deus e é recebido, não como escravo, mas como o próprio Cristo.
  • Sendo lançada toda a dívida na conta de Cristo.

 

  1. A Mensagem de Filemom. Juntamente com Efésios, Filipenses e Colossenses, Filemom é uma das Epístolas da prisão, escritas durante o encarceramento de Paulo em Roma. Onésimo, um dos milhões de escravos no Império Romano, fugira de seu senhor, Filemom depois de roubar-lhe algum dinheiro. Finalmente, chegou a Roma, onde seu caminho cruzou com o do Apóstolo Paulo, que o levou à fé em Cristo (10). Agora Onésimo se defrontava com o dever cristão para com seu senhor, o que significava voltar à casa de Filemom em Colossos. Uma vez que o castigo costumeiro em tais casos era a morte, Paulo escreveu esta maravilhosa carta intercessória em favor de Onésimo. Filemom não era o único crente a possuir escravos na igreja em Colossos (Cl 4.1), de modo que esta carta oferecia diretrizes para que outros senhores cristãos tratassem seus irmãos escravos. Paulo não negou os direitos de Filemom sobre seu escravo, mas pediu que Filemom aplicasse o princípio da fraternidade cristã à situação de Onésimo (16). Ao mesmo tempo, Paulo ofereceu-se para pagar pessoalmente a dívida de Onésimo. Esta carta não é um ataque contra a escravatura como tal, e sim, uma sugestão de como senhores e escravos cristãos podiam vivenciar sua fé dentro do regime iníquo da escravatura. É possível que Filemom tenha concedido a liberdade a Onésimo e o tenha mandado de volta a Paulo (14). Também já se sugeriu que Onésimo se tornou um ministro do Evangelho e, mais tarde veio a ser bispo da igreja em Éfeso (Inácio de Antioquia, Epístola aos Efésios). Esta é a mais pessoal das cartas de Paulo.