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RUTE

O LIVRO DE RUTE
Um Manual de Sobrevivência
Em Tempos de Crise.
Origem da Família Messiânica
INTRODUÇÃO
A bela história de Rute é considerada uma gema literária.
Esta graciosa história de uma graciosa mulher, seguindo-se às cenas de turbulência do livro de Juízes como calmaria depois de tempestade, é um retrato delicioso e encantador da vida doméstica em tempos de anarquia e aflição.
Mil anos antes, Abraão tinha sido chamado por Deus para fundar uma nação, com o propósito de um dia trazer um Salvador para a humanidade. Neste livro de Rute temos a constituição da família, dentro dessa nação, que traia o Salvador. Rute foi bisavó do rei Davi. Daqui por diante, através do resto do Antigo Testamento, o interesse gravita principalmente em torno da família de Davi.
É um dos dois livros da Bíblia em que uma mulher é a personagem principal – Rute, uma moabita que se casou com um hebreu, e Ester, uma judia que se casou com um rei não-judeu.
1. Autoria. Desconhecido, possivelmente Samuel. A maneira como o autor descreve acerca de Davi, em 4.17 e a genealogia de 4.18-22 demonstram que o autor conheceu o esplendor do reinado de Davi.
2. Data. Época dos Juízes. (1322 a.C?)
3. Contexto Histórico. O período dos juízes abrangeu anos extremamente difíceis, terminando com a evidência de que a anarquia reinava. Ninguém se sujeitava a ninguém. O livro de Rute mostra um lado diferente da época, sendo incluída, sem dúvida, para oferecer algum alívio à situação negativa em quase todos os aspectos. Ele descreve um período de fome que levou Elimeleque, sua mulher Noemi e sua família a saírem de Belém e se estabelecerem em Moabe. Uma Jovem moabita, chamada Rute, casou-se com um dos filhos de Elimeleque e, ao enviuvar-se, recusou-se a permanecer na sua terra natal, porque a sogra Noemi, também viúva, voltou para casa. Suas belíssimas palavras: “O teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (1.16), inspiraram gerações de sofredores. Um ato de bondade de um parente, Boaz, é registrado, propiciando um herdeiro para a família de Elimeleque. Boaz viria a ser um ancestral do rei Davi e também de Jesus. É significativo o fato de Rute, embora nascida pagã, fazer parte da linhagem de Cristo.
4. Tema. Como uma mulher gentia se converteu em um dos antepassados de Cristo.
5. Rute no Novo Testamento: Rute é uma das quatro mulheres na genealogia do Messias (Mt 1). A seleção destes nomes ilustra em grau notável a soberania e o ministério da graça divina.
6. A Tipologia de Rute. Podemos acreditar que tudo isto é escrito com um sentido típico, para podermos achar na narrativa uma semelhança com o nosso Parente-Redentor, o Senhor Jesus Cristo... que se deu para remir-nos de toda iniqüidade e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras (Tt 2.14)
7. Síntese. O livro de Rute descreve a orientação providencial de Deus na vida de uma família israelita.
8. A Classificação do Livro de Rute: Na tradução grega e em outras traduções posteriores, o livro de Rute vem depois de Juízes. Na Bíblia hebraica, porém o livro faz parte dos chamados Escritos (Hagiographa), uma das subdivisões dos cinco rolos lidos publicamente nos grandes dias de festa de Israel. Visto que o clímax da história de Rute surge no tempo da colheita, essa narrativa era costumeiramente lida na Festa das Semanas, ou da Colheita do trigo posteriormente chamada de Pentecostes.
9. A Mensagem de Rute:
Este é um dos dois livros da Bíblia que têm por título nomes de mulheres, e as duas mulheres apresentam notáveis contrastes. Rute é uma gentia levada para o meio de Israel, onde passa toda a sua vida. Ester, uma judia levada para o meio dos gentios, onde com igual fidelidade, desempenha o que lhe é destinado por Deus.
Este livro brilha com várias e importantes verdades com referência a todos os aspectos da nossa vida. Vem ainda com mais aceitação depois de Juízes. passar da atmosfera pesada de juízes para o ar puro de Rute, é como passar de um bairro indigente para um a beira-mar.
Mas devemos nos lembrar de que Rute pertence ao tempo dos juízes. é semelhante a uma Lina flor num, jardim abandonado, ou uma luz clara que aparece na escuridão da noite. Os períodos mais tenebrosos da história nunca têm estado sem alguma fragrância, algum raio de esperança, algum córrego cristalino, porque Deus nunca se deixa sem testemunho.
A mensagem principal deste livro parece ser as relações e propósitos de Deus para com os gentios. Rute era moabita, pertencente a um grupo que se originou de um ato impuro e indigno relatado na história do Velho Testamento (Gn 19), um povo que foi sempre inimigo ferrenho do povo escolhido, recusando-lhe pão e água quando saiu de Beor (Nm 22-25.3; 31.16; Dt 23.3,4). foi uma mulher dessa nação má a escolhida para ser a bisavó de Davi, de cuja descendência havia de vir o Cristo. O povo escolhido bem compreendeu que Deus se revelara a ele, mas não entendeu porque Deus fez isso; consideravam seus privilégios como direito exclusivo. Privilégios que não podiam ser gozados por qualquer outra nação. Mas durante toda a sua história, Deus estava corrigindo esse erro. mandou Melquisedeque, um gentio, para o revelar a Abrão como Deus Altíssimo (Gn 14). Empregou Raabe, a prostituta gentílica para ajudar na destruição de uma fortaleza iníqua, para depois casar-se com um judeu e ser a mãe de Boaz, que neste livro se casa com Rute, a gentia.
Há outros caos que tornam claros os propósitos de Deus para com os gentios séculos antes de o povo escolhido ser rejeitado e o apóstolo Paulo ser enviado aos gentios. A graça divina é mais vasta do que costumamos pensar, e algum dia, quando seu povo todo for manifestado, muitas surpresas nos esperam.
Também devemos notar que a história de Rute aparece no momento em que Israel se afasta do culto a Jeová. Isto vem a ser uma figura da chamada dos gentios para formarem, junto com os israelitas crentes, a Igreja de Deus, o Corpo de Cristo. Esta vocação lhes veio quando a nação escolhida rejeitou o Messias (At 13.46; 18.6). Então aqueles que estavam longe foram trazidos para perto e chegaram a ser co herdeiros, e membros da família da fé. Esta história em todos os seus detalhes e na sua interpretação geral está muito cheia de ensino espiritual e de auxílio para os que tal ensino procuram mediante a oração.
As verdades religiosas encontradas neste livro estão mais ligadas à vida prática que à teologia abstrata. Lealdade, amor, bondade, valor das pessoas e necessidade de compreensão mútua se destacam. Em meio ao caos que reinava naquela época, um significado poderia ser descoberto, se voltássemos aos primeiros princípios da simples verdade. O Livro de Rute nos ensina que, apesar das grandes dificuldades, a bondade pode existir, se estivermos dispostos a nos esforçar.
Seguem aqui alguns pensamentos sobre assuntos para estudo:
(1) O Assunto da Escolha e as Sua Conseqüências (1.14): Cada um tem de escolher de vez em quando: Ló (Gn 13); Israel (Js 24.13)
(2) O Assunto da reincidência (Caps. 1 e 2): Elimeleque e Noemi não podiam confiar em Deus para o pão em tempo de fome. Nem podiam Abraão (Gn 12) nem Isaque (Gn 26). Aqueles que confiaram em Deus com respeito ao futuro, não podiam confiar nele no presente. Então Noemi lançou a culpa sobre Deus (1.20,21), como já fizera Abraão (Gn 12). Um passado errado, não sendo corrigido imediatamente leva a outro. Foram a Moabe para “peregrinar” (1.1), mas ali ficaram morando, e ali três deles morreram (1.3-5). (Veja-se Oséias 14).
(3) O Assunto da providência (2.3): A vida de Rute foi transformada pela “sorte”, conforme este versículo. Grandes conseqüências podem resultar de pequenos incidentes. Uma noite sem sono salvou os judeus do cativeiro (Et 6.1); A espera de um amigo resultou em Atenas ouvir o Evangelho (At 17.16). Coisas insignificantes podem melhorar ou prejudicar a nossa vida. Entregue o crente as coisas insignificantes!
(4) O Assunto de Boaz como Tipo de Cristo:
• Como Senhor da seara (2.2).
• Como provedor de pão (3.15).
• Como parente redentor (2.20).
• Como doador de descanso (3.1).
• Como homem de riqueza (2.1)
(5) O Assunto do sentido dos Nomes:
• Elimeleque: “Meu Deus é Rei” Associar uma criança com o nome de Deus denotava uma relação mais estreita com a Divindade.
• Noemi: “Agradável”
• Rute: “Satisfeita ou Amizade” Nome que corresponde perfeitamente com o tema deste livro.
• Boaz: “Forte”
• Malom: “Canção” ou “fraqueza” talvez fosse criança fraca e doentia.
• Quiliom: “Falho” ou “aniquilação”.
• Obede: “Servo” (do Senhor). Sua fama reside no fato de ter sido avô do maior rei de Israel, Davi.
COMENTÁRIO
I. A DECISÃO DE RUTE (1.1-22)
Uma família belemita, Elimeleque, Noemi e dois filhos, por causa de uma fome, saíram a peregrinar em Moabe. Os moabita descendiam de Ló (Gn 19.37); eram, pois, parentes distantes dos judeus, todavia idólatras. Seu deus, Camós, era adorado com sacrifício de crianças. Os dois rapazes belemitas desposaram duas moças moabitas. Depois de dez anos, o pai e os dois filhos morreram. Rute, viúva de um deles, num rasgo de devotamento, de rara e suma beleza (1.16,17), voltou com sua sogra Noemi a Belém.
1. Sua Procedência (1.1-5).
Belém: Anteriormente, chamava-se Efrata (Gn 35.19; 48.7; RT 4.11; Mq5. 2)
Moabitas: Estes eram proibidos de tomar parte do culto ou participarem da congregação de Israel, até a décima geração (Dt 23.2); a lei não condenava o casamento com aqueles vizinhos pagãos.
Uma triste experiência:
(1) Fome.
(2) Desterro.
(3) Morte.
(4) Viuvez.
2. Sua Escolha (1.6-18).
Uma crise repentina (6.7).
(1) Chegam notícias de que a fome terminara. “Lembrara” (6): termo usado para designar a atividade divina em relação ao Seu povo, tanto no abençoar como no irar-se. “Dando-lhe pão”: Os israelitas sentiram-se interiormente dependentes da generosidade de Deus, Dono Ada terra e Controlador dos tempos.
(2) Noemi resolve repentinamente voltar para a sua terra.
(3) As noras a acompanham.
Uma prova carinhosa (8,9). Chegam ao fim da primeira etapa da viagem
(1) Noemi aconselha as moças que voltem para a sua gente.
Um acordo aparente (10) As moças respondem positivamente: “Iremos contigo para o teu povo.”
Uma prova positiva (11,13):
(1) Noemi não vai casar outra vez.
(2) Israelitas não devem casar com moabitas.
(3) Poderiam ter um futuro risonho entre a sua própria gente.
“Descarregado... sua mão” (1.13): Revela a profunda convicção de que não é por mero acaso ou por má sorte que os acontecimentos da vida transcorrem. O sofrimento é semelhante aos fios escuros, da tecelagem, criados por Deus para sua maior glória.
O ponto de partida (14): Órfã compreende tudo o que vai “perder” em seguir a Noemi, e resolve voltar.
A Vida cristã é um ganho mediante perdas.
Uma resolução sublime (15-19):
(1) Órfa amava a Deus, porém amava mais a Moabe. Não podemos servir a dois Senhores. A amizade do mundo é inimizade contra Deus. A igreja não pode ser morna. Não se pode servir a Deus com um coração dividido. Ilustr. Elias desafia Baal.
(2) Rute amava a Moabe, mas a Deus muito mais. Isto é sempre uma prova para nós também. Onde é que colocamos a Deus? A linguagem dos versículos 16 e 17 é sublime. A resposta de Rute é uma expressão clássica de lealdade até a morte. Lembra-nos das palavras de Cristo: “Todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33; cf. Jo 11.16)
(3) A Fidelidade e Devoção de Rute:
1- Não se limitam às vantagens pessoais.
2- Não se limitam ao tempo.
3- Não se limitam aos costumes ou à velha religião.
4- Não se limitam ao povo ou à terra.
Deus valoriza esse tipo de fidelidade (Rm 8.38,39)
3. Sua Chegada à Belém (1.19-22).
(1) “Não é esta Noemi?” (19): Passados já muitos anos, as mais duras fases de vida, as quais Noemi atravessara, ficaram marcadas.
(2) Uma queixa injusta (19-22): Não é direito atribuir a Deus tudo que é amargo na vida. “Noemi” quer dizer “doce”, “Mara” “amargo”
(3) Nesta história já temos visto: Felicidade, Fome, Emigração, Casamento, Viuvez, Desolação, Esperança e Perplexidade.
II. OS DIREITOS DE RUTE (2.1-23).
Boaz era filho de Raabe, a prostituta Cananéia de Jericó (Js 2.1; Mt 1.5). Assim, a bisavó de Davi era moabita e o bisavô era meio cananita, sangue estrangeiro na constituição da família escolhida: prenúncio de um Messias para todos os povos.
Cerca de 1.600m ao leste de Belém existe um campo, chamado “Campo de Boaz”, onde segundo reza uma tradição, Rute respigava. Contíguo fica o “Campo dos Pastores”, onde, conforme a tradição, os anjos anunciaram o nascimento de Jesus aos pastores. De acordo, pois, com essas tradições, o cenário do romance de Rute com Boaz, que levou à formação da família de onde sairia Cristo, foi escolhido por Deus, 1.100 anos mais tarde, para ser o lugar do anúncio celestial da chegada do mesmo Cristo.
1. Seu Direito de Respigar (2.1-3)
2. O Resultado de Seu Trabalho (2.4-7)
(1) Boaz encontra Rute (2.4-7)
1) Quem era Boaz. Que experiência para Rute descobrir que nesse país estrangeiro havia um parente poderoso (2.20). Faz-nos pensar em nosso Redentor, que se aparentou conosco, tomando parte da nossa condição humana.
2) O caráter de Boaz:
• Homem valente e poderoso.
• Cortesia e piedade. Ele cumprimenta seus empregados, e com uma saudação piedosa.
• Observação. Logo percebeu a presença da moça estrangeira, e indagou a seu respeito.
• Simpatia. Boaz conversa com ela, convidando-a a rabiscar sempre nos seus campos.
• Conhecimento. Já tinha ouvido a respeito dela, por isso estava predisposto a ser-lhe condescendente.
• Testemunho. Desde já começa a falar com a moça moabita com respeito a Jeová (12)
• Bondade. Convida Rute a comer com ele (14)
• Largueza. “Deu Boaz ordem aos seus moços, dizendo: permiti-lhe rabiscar entre as gavelas, e não a censureis (15)
(2) Boaz protege Rute (2.5-13)
(3) Boa provê para Rute (2.14-17) – Justiça social:
1- É responsabilidade individual e não somente de governos (Tg 1.27)
2- Sua fonte é o amor de Deus, sendo que o cuidado ao desamparado é reconhecido como uma recompensa vinda do Senhor.
3- Deve atingir o homem como a uma totalidade, não se limitando às necessidades do corpo, mas cuida antes de ampliar suas relações com Deus (2.12b)
3. O Relatório de Seu Trabalho (2.18-23).
(1) Efa (17): 16litros, ótimo resultado de apenas um dia no rebuscar espigas.
(2) A responsabilidade do parente-resgatador:
1- Evitar a alienação das terras que faziam parte da herança familiar, por meio do resgate (Lv 25.23-25).
2- Suscitar filhos para dar continuidade ao nome de um parente que viesse a morrer sem deixar filhos, casando-se com a viúva.
3- Era necessário obedecer à ordem do parentesco: irmão, tio, primo, etc (Lv 25.48 s)
III. O DESEJO DE RUTE (3.1-18)
Rute vai deitar-se aos pés de Boaz. Todo o incidente recordado neste capítulo parece bastante estranho, segundo os costume e educação de hoje. Matthew Henry o comenta mui sabiamente, no seguinte sentido: “Rute deitar-se aos pés de Boaz, quando ele estava dormindo tem uma certa aparência de mal; parece uma aproximação do mal, e podia ter sido uma ocasião para o mal; tudo isso custa-nos justificar. Muitos expositores consideram isso injustificável. Não devemos fazer mal para que venha o bem. É perigoso ajuntar a faísca à mecha, e “vede como um pouco de fogo abrasa um grande bosque” (Tg 3.5). Todos concordam em que o caso não estabelece um precedente. Mas, nem nossas leis Enem nossos tempos são idênticos aos de então, por isso estou disposto a interpretar o incidente de maneira mais favorável. Sendo Boaz o parente mais chegado, ela perante Deus, e pela tradição, havia de ser a esposa dele. Faltava apenas uma cerimônia para completar as núpcias, e Noemi não havia de querer que ela estivesse com ele senão como esposa. Ela sabia ser Boaz não somente um homem de idade, mas sóbrio, virtuoso, religioso e temente a Deus. Sabia ser Rute uma mulher modesta. É verdade que os israelitas tinham sido seduzidos por filhas de Moabe (Nm 25.1), mas esta moabita não era assim. Noemi nada propôs senão o que era honesto e honrado, e a sua caridade (que tudo crê e tudo espera) baniu toda suspeita de que Boaz ou Rute fariam qualquer coisa o que Ra honesto e honrado. Se o que ela aconselhou tivesse sido (segundo os costumes de então) indecente e imodesto, como parece a nós, não podemos acreditar que Noemi teria tido tão pouca virtude ou tão pouco juízo de propor, visto que uma imoralidade teria prejudicado o casamento que ela queria para Rute, e teria alienado as afeições de um homem sério e bom como Boaz. Havemos de pensar, por isso, que a coisa não era indecente então, como nos parece agora.
1. Sugerido por Noemi (3.1-5)
2. Executado por Rute (3.6-9)
3. Aceito por Boaz (3.10-18)
IV. O DESTINO DE RUTE (4.1-22).
A herança resgatada: A obrigação do parente mais próximo de, não somente resgatar a propriedade, mas de tomar a viúva do irmão falecido, é referida em Deuteronômio 22.5-10 e Mateus 2.24. Provavelmente os terrenos de Elimeleque que ficaram sem valor durante a fome, foram pesadamente hipotecados, e somente poderia ser resgatada pelo pagamento da hipoteca, uma coisa que Noemi não podia fazer.
O parente mais chegado que Boaz foi intimado a cumprir a obrigação: julgou-se incapaz. As palavras “para que não prejudique a minha própria herança” significam provavelmente que, para levantar a hipoteca sobre tais terrenos, seria necessário hipotecar os terrenos dele. (O Targum dá outra interpretação: “Não posso redimi - lá, porque já tenho mulher, e não convém trazer outra para minha casa; isso poderia suscitar contenda, e assim prejudicar a minha herança”).
Sob a Igreja da Natividade, em Belém, há uma sala na qual, conforme se declara Jesus nasceu. Segundo antiga tradição, esta mesma sala fazia parte do lar ancestral de Davi, e, antes de Davi, de Boaz e Rute. Assim, de acordo com essa tradição,Boaz tomou Rute como noiva e deu origem à família que traria Cristo ao mundo, na mesmíssima sala em que 1100 anos depois, o próprio Cristo nasceu.
1. Tornou-se Esposa (4.1-12). Boaz aceita a sua responsabilidade, e não somente redime a herança hipotecada, mas toma Rute para sua esposa. A união de Boaz, o hebreu, com Rute, a moabita, tornou-se a avenida através da qual Deus cumpriu Seu propósito gracioso.
• A porta da cidade (1): Era o centro de atividades. Servia de local para assembléias; o rei,às vezes, colocava seu trono à entrada da cidade (1 Rs 22.10;Jr 38.7) Servia como tribunal para tratar de casos legais (AM 5.10,12,15).
• Tirava o calçado: Deparamo-nos com um processo e legal de transferência de direitos, na presença de testemunhas (Cf. Sl 60.8; 108.9, onde lançar a sandália significa tomar posse)
2. Tornou-se Mãe (4.13-17)
3. Tornou-se Ancestral do Rei (4.18-22). E afinal a moça gentia, a moabita, na providência de Deus, vem a ser:
(1) Uma Ancestral do Rei Davi.
(2) Uma Ancestral do Salvador do Mundo.
A genealogia (4.17-22), que diz ser de Obede filho de Rute, e Jessé filho de Obede, e Davi filho de Jessé, é a razão de ser do Livro de Rute. Daqui por Diante, o pensamento do Antigo Testamento gira em torno do Rei dos Reis vindouro, que haveria de nascer da linhagem de Davi.
CONCLUSÃO
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
Neste livro podemos ver:
1. Como a vida de uma jovem moabita foi enriquecida
• Por meio da constância e de uma sábia decisão (1.16)
• Por meio de um trabalho humilde (2.2,3)
• Ao aceitar o conselho de uma amiga mais idosa (3.1-5)
• Por meio de uma aliança providencial (4.10,11)
• Por sua exaltação a uma família real (4.13-17)
2. A situação extrema do homem... é a oportunidade de Deus.
3. A benevolência de Boaz era apenas a prova da compaixão de Deus pelos estrangeiros moabitas, babilônios ou quem quer que fosse.
4. O Deus da redenção deseja e tem poder para resgatar a todo homem desterrado espiritualmente (Cl 1.13,14)
5. Ele também escolhe Sua Noiva (a Igreja) dentre os gentios, criando uma perfeita comunhão com os pecadores purificados (Ef 2.11-13)
BIBLIOGRAFIA.
Bíblia Explicada – S.E.McNair.
Bíblia de Referência Thompson
Manual Bíblico do Estudante. CPAD
Manual Bíblico H.H.Halley
Bíblia Shedd